domingo, 5 de novembro de 2017

A MINHA LOJA




A MINHA LOJA

Que vos direi Irmãos da minha Loja? Que tenho eu aprendido nela para vos transmitir? O que precisa ela de mim?

Sei que um dia, em Sessão Magna de Iniciação quando o sol já se havia escondido, marchava sobre o Pavimento Mosaico da minha Loja e nele fazia ainda um juramento solene. Fazia-o humildemente e com toda a sinceridade.

Mais tarde, com passos em esquadria, muitas outras marchas fiz, e, bem distante, longinquamente, adivinhávamos uma Luz de brilho intenso, Luz que a todo o instante nos chama, nos conclama à integração da Grande Fraternidade.

Solenemente, de pé e à ordem, vamos tomando contato e conhecendo as grandes ferramentas e começamos a admirar a nossa Loja.

Obra divina, ela nos acarinha e espera pacientemente pelo nosso eterno aperfeiçoamento; ela nos diz pela sua simbologia perfeita, austeramente, quantas mãos empunharam essas ferramentas, quantos corações, quantas mentes, quantas gotas de sangue e suor, os obreiros de todos os tempos despenderam a bem da Ordem em geral e do Quadro em Particular.

Oh! humanidade sofredora, quantas marchas tu já fizeste neste pequenino Pavimento de Mosaico, quantas construções tu já fizeste.

Tu, minha Loja, És o infinito, dás-nos as coordenadas exatas para nossa orientação. Mostras-nos as constelações que brilham intensamente mas que só se contemplam em longas noites escuras.

Que paradoxo necessário, nós sabemos que, o que é verdadeiramente belo, só se enxerga à distância, não podemos conspurcar no imediatismo, em simples assopro, esse brilho eterno da verdade. Adverte-nos das coisas vãs no plano finito.

No plano infinito incentiva-nos á investigação e estudo das coisas de sempre, do que é divino e salutar, que é justo e perfeito, das virtudes que hão de argamassar todo este edifício social do qual o G.’.A.’.D.’.U.’. , nunca se desinteressou.

Tuas colunas eu sinto permanentemente ao meu lado, adentrando-as sempre, tentando ser também uma, situado eqüidistante , para que eu me sinta em Loja e seja ao mesmo tempo o seu prolongamento.

Eu quero transformar-me em Templo para albergar todos os homens, todos os meus Irmãos , distinguindo-os com a prática do meu Rito, a sabedoria dos meus graus, a prática dos bons costumes, a coerência íntegra entre o que se diz e o que se faz.

Oh! Santa Maçonaria, será que o fogo que desencadeias em nossos corações, não será tão puro como qualquer outro, cujas labaredas se erguem aos Céus, crepitando, purificando, no centro de um acampamento onde reine sempre a Paz e o Amor?

Não será isto filantropia? Não será a causa das causas a nossa filosofia? Não seremos progressistas? Por que então, às vezes, ocorrem desvios que não têm nada que ver com a pluralidade, a diversidade, a verdadeira policromia que inebria?

Minha Loja, acho que estás certa!...

Eu não me conheço a mim próprio, como desejava Sócrates que os homens fizessem. Por isso não posso também conhecer muito bem o próximo.

Vamos, porém, nesta caminhada, passando a Trolha pelas paredes deste edifício, ainda com a massa fresca, eliminando alguma saliência que comprometa a estética, vamos alisar o encrespado que despertará sempre o nosso agrado.

Tão pouco tenho para te oferecer minha Loja!

Aceita-me como sou, simples, ingênuo às vezes, mas permita-me preservar o lirismo que nasceu nas veias, para poder cantar suavemente aquele melopéia que João Almada publicou no jornal “O Estado de São Paulo”, em sua edição de 11 de setembro de 1977, pelo Centenário da morte de Alexandre Herculano;

OU PEDRINHA, OU... VAI, PEDRINHA, VAI... EI, PEDRINHA, EI... OU, PEDRINHA, OU... VAI QUE EU TAMBÉM VOU...

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