domingo, 24 de janeiro de 2010
A IDÉIA DE IGUALDADE
A sutileza do pensamento consiste
em descobrir a semelhança das
coisas diferentes e a diferença
das coisas semelhantes.
Montesquieu
e. figueiredo (*)
É tido que a maioria das pessoas tem intuições igualitárias. Mas é no Maçom que encontramos essa percepção clara mais arraigada, porque na Maçonaria a Igualdade é cultivada, vez que, todos são iguais perante o Grande Arquiteto do Universo.
Provavelmente, o lema emancipador e regenerador que identifica a Sublime Ordem (Liberdade, Igualdade, Fraternidade), reforce a tendência.
Estarrece-nos, sobremaneira, como algo errado ou não incontestavelmente correto, o fato de presenciarmos pessoas com pouco enquanto outros desperdiçam. Não deixa de ser desconfortável ver alguém nas condições inferiores à nossa, quando poderia estar igual ou até melhor. A idéia de Igualdade dos homens assenta em que todos eles são entes humanos, portanto, em semelhanças indiscutíveis.
Tal conceito consta no vigésimo segundo Landmark, quando cita que “todos os Maçons são absolutamente iguais...”, baseado no fato da Igualdade de todos os seres. Entre os Maçons não se utiliza do tratamento de professor, doutor, comendador, desembargador ou qualquer outro título em suas apresentações. Quem assim age, está contrariando os princípios da Ordem.
Não é por acaso que as três palavras do trinômio Maçônico caminham juntas, apesar de ser inteiramente falso que esse trinômio seja de origem Maçônica. Não se sabe ao certo quanto ao aparecimento da trilogia, mas é creditada ao Antoine-François Mamoro (1756-1794), um dos principais editores de imprensa do período da Revolução Francesa, que teria criada em 1791, e fez escrever nos edifícios públicos. O brado, nesse fato, evidencia a situação pela qual a França passava naquela época. O clamor ainda se faz necessário, em termos universais, pois Liberdade, Igualdade e Fraternidade são mais necessários do que nunca, na medida em que o irracionalismo, a religião fundamentalista, o obscurantismo e a barbárie estão cada vez mais avançando sobre nós.
A Revolução Francesa introduziu na mente das pessoas o conceito de racionalismo, desde o sistema métrico, mais exato que as medidas vigentes, em pés, polegadas, etc., à idéia da Liberdade e Igualdade, dosada com Fraternidade, porque Igualdade não existe, ou seu simulacro, se não formos fraternos.
A Revolução não foi feita ou liderada por um partido ou movimento organizado, no sentido moderno de conflitos bélicos. O que houve foi um surpreendente consenso de idéias gerais entre um grupo social muito coerente, que deu ao movimento revolucionário uma unidade efetiva.
Dentre essas idéias as intuições igualitárias prevaleciam e eram difundidas pela Maçonaria e associações informais, o que nos permite considerar que os filósofos foram, em parte, responsáveis pela Revolução. Certamente, a Revolução Francesa teria ocorrido sem eles, mas os filósofos constituíram a diferença entre um simples colapso de um velho regime e a sua substituição rápida e efetiva por um novo.
Em sua forma geral, a ideologia de 1789 era a Maçônica, expressa com tão sublime inocência na Flauta Mágica, de Wolfgang Mozart (1791), que teve um papel apologético junto à sociedade. Especificamente, as exigências foram delineadas na famosa Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, proclamada em 26 de Agosto de 1789, cujo documento é um manifesto a favor de uma sociedade hierárquica de privilégios nobres, e não um manifesto a favor de uma sociedade democrática e igualitária, como era desejável. “Os homens nascem e vivem livres iguais perante as leis”, dizia seu primeiro artigo, mas a Declaração também prevê a existência de distinções sociais, ainda que “as distinções sociais não podem ser fundamentadas senão sobre a utilidade comum”.
Era o oposto do mundo do Antigo Regime, baseado na desigualdade social, no Absolutismo de direito divino e nas restrições econômicas do Mercantilismo. A Revolução Francesa é um fato histórico, para sempre registrado na História, irreversível e imutável, entretanto, seu entendimento ainda gera polêmicas.
A IGUALDADE, consagrada pela instituição Maçônica como um dos seus pontos diretivos capitais, ao lado da LIBERDADE e FRATERNIDADE, constitui princípio de ordem compreensivo de múltiplos significados.
No lema da Maçonaria, IGUALDADE é a mais importante entre as três palavras, contudo, não deixa também de colidir com as outras duas, LIBERDADE e FRATERNIDADE. Isto é, juntos ou separados representam os mais importantes ideais da Humanidade, e que não à-toa foram abraçados pela Maçonaria.
Independentemente, do espectro ideológico, a IGUALDADE pode ser reconciliada com a LIBERDADE, que somadas resultam a FRATERNIDADE, que flui naturalmente.
A todos (principalmente aos Maçons !) deve ser restaurado o valor de Igualdade e acomodá-lo à responsabilidade pessoal, sem fugir dos outros dois ideais. Se negligenciarmos a Liberdade e a Fraternidade (que têm significado iniciático), a Igualdade (que contém uma idéia de equilíbrio) acabará não tendo razão de ser. A importância da Igualdade está estribada na Liberdade, que induz à Fraternidade naqueles que possuem o discernimento das contradições que acontecem com a Humanidade.
Os três princípios, apoiando-se mutuamente, são solidários entre si. Sem a coexistência deles o edifício social ficaria incompleto, pois a Fraternidade praticada em sua pureza requer a Liberdade e a Igualdade, sem as quais não será perfeita. Com a Fraternidade, o homem saberá regular o livre arbítrio, enquanto que sem ela a Liberdade deixará as rédeas soltas às más paixões, que desenfrearão, porque o homem só se educa para a Liberdade na medida em que aprende a construí-la. A Igualdade sem Fraternidade levaria às mesmas conseqüências, porque a Igualdade exige Liberdade para poder existir em sua plena consecução.
Em outras palavras, os princípios da Liberdade e de Justiça (denominação que muitos acham mais correta para Igualdade) só podem ser conciliados se houver, antes, um princípio de Fraternidade patente. Entretanto, é utópico esperar que a Humanidade um dia seja diferente. Porém, nada impede que os Maçons, lutem para que tal objetivo seja alcançado. Nesse contexto, pode-se compreender o vínculo do amor fraterno e da confiança mútua, entre os que já se consideram iguais, que a Maçonaria procura estabelecer junto aos seus membros, para que estes absorvam o real sentido da “Obra Maçônica”.
Qual Igualdade procuramos ? Procuramos a Igualdade de previdência social e a Igualdade de oportunidade. A primeira, entendemos como o prazer e a satisfação. Todavia, uma igual satisfação dificilmente pode ser considerada a Igualdade que se quer atingir, se ela puser os caros desejos de alguns no mesmo nível das modestas reivindicações de outros. Oportunidade seria como o próprio nome diz, ou, aquela eqüidade que tem como pressuposto o respeito à Liberdade alheia.
A interpretação de Igualdade, dada pelo comunismo primitivo, está descartada, porque, além de não ter sido a Igualdade sonhada, frustrou o princípio de Liberdade. George Orwell foi muito feliz em seu livro, Revolução dos Bichos, quando retrata, em meio à estória, uma das personagens citando que “todos são iguais, mas alguns são mais iguais do que os outros...”, fazendo uma analogia ao regime da época da então União Soviética, que pregava a Igualdade em seu país. No conceito de Orwell, tal Igualdade não passaria por um teste de cobiça, cujo resultado acabaria com os desejos pelo patrimônio alheio. Os recursos teriam seu custo avaliado em termos de oportunidade social: o valor de um patrimônio dependeria do valor que tiver para os demais.
Pregar a Igualdade, defender a eqüidade com fundamento moral, só tem direito de fazê-lo àqueles que praticam a Liberdade, sendo falsa e dúbia toda e qualquer pregação que se faz dela se é negada aos outros. Entende-se, pois, que nada é mais hipócrita do que a defesa dos princípios com Liberdade, Igualdade e Fraternidade, apregoados pelos estadistas que não os praticam, e o que é pior, os negam ! São os que estão fantasiados de libertários, que são na verdade liberticidas. Liberticidas são aqueles que não admitem o valor da Liberdade e, como a desprezam, contribuem para destruí-la.
Os homens nascem diferentes, mas com direitos iguais de oportunidade e de justiça. Paralelamente, a Maçonaria reconhece que todos os homens nascem iguais e as únicas distinções que admite são o mérito, o talento, a sabedoria, a virtude e o trabalho. A Igualdade, que expulsa a discriminação, é o pilar indestrutível da divisa histórica, que é o trinômio da Maçonaria, que tem, em seu Obreiro, um libertário por excelência, pois ele prega, pratica e cultua a Liberdade, que, juntamente com a Igualdade, proporciona a Fraternidade, que tem um sentido mais específico que solidariedade, entendendo como um relacionamento mais amplo entre os homens.
O espírito da Maçonaria é, essencialmente o espírito de Liberdade e da Fraternidade, o espírito de libertação mental, o espírito do progresso e da solidariedade. Com esses espíritos, a Sublime Ordem sempre preconizou as reformas que conduzem ao triunfo de um dos seus princípios fundamentais, que é o princípio da Igualdade, cuja preocupação conduz o Maçom ao ideal de Igualdade de recursos, que por sua vez está associado a legitimidade política. Os Maçons, entre si, tratam-se por “Irmãos”, e, tratar alguém de “Irmão” é tratar de igual para igual, é querer para ele o mesmo que para si. Mas é necessário que o tratamento de “Irmão” saia do coração e seja real...
Um regime que não demonstra igual preocupação em relação a todos os cidadãos é para a Maçonaria uma tirania. Não existe a possibilidade de recursos iguais serem impostos por um ditador, mesmo que ele seja benevolente. Muitos países cantam a Igualdade e a Liberdade nos hinos patrióticos, e, são celebrados nas palavras dos humanistas e consagradas nas constituições, todavia, demoram a realizar-se na prática, preservando tão somente como um valor eminentemente retórico. A Liberdade, que a Sublime Ordem se declara, é a de consciência, que considera “a chave da abóbada do comportamento Maçônico”, que está profundamente apegado a um conceito de ação progressiva; e, isso assegura um caráter de instituição sensível à evolução social e à defesa dos valores morais explícitos.
Seria necessária u’a nova revolução nas atitudes e motivações individuais para alcançarmos a Igualdade ? Não se quer uma Igualdade formal, perante a lei. Como posicionamento constitucional, todos os países democráticos a tem. Não bastam as leis ! O que se pensa é na Igualdade que a consciência moral impõe diante das desigualdades do mundo. E, antes de tudo, é em nosso interior que devemos travar a luta para procurar uma solução para a relação entre igual e diferente. Se as pessoas, principalmente os Maçons, rejeitarem o princípio de Igualdade, sua sociedade nunca será justa e muito menos perfeita...
Bibliografia:
A Revolução Francesa – Edição Istoé/Senhor
Cocuzza, Felippe, - A Maçonaria na Evolução da Humanidade
Grainha, Manuel Borges – História da Franco Maçonaria em Portugal
Hosbawm, Eric J. – A Era das Revoluções
Mellor, Alec – Dicionário da Franco-Maçonaria e dos Franco-Maçons
Nogueira, Octaciano – Libertários e Liberticidas (crônica)
Orwell, George – A Revolução dos Bichos,
Scantimburgo, João de – O Brasil e a Revolução Francesa
Seminário de Mestres Maçons -1980 – Ponta Grossa pr
(*) E. Figueiredo - é jornalista - Mtb 34 947 e pertence ao
CERAT - Clube Epistolar Real Arco do Templo /
Integra o GEIA – Grupo de Estudos Iniciáticos Athenas /
Membro da Confraternidade Mesa 22, e é
Obreiro da ARLS Verdadeiros Irmãos– 669 (GLESP)
“Oh ! Quam bonum est et quam jucundum, habitare fratres in unum !”
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
Vamos tomar um café juntos?
"O único modo para ter um amigo é ser um amigo".
Ralph Waldo Emerson
Dias atrás recebi um e-mail com uma mensagem nos despertando para a importancia de reservamos um tempo para cultivar as nossas amizades. Passamos horas e horas fazendo as mais diversas coisas, especialmente aquelas que precisamos e gostamos.
Resolvi então olhar o assunto um pouco mais de perto. E, claro, trocar uma idéia com você, meu amigo...
Falo por mim, já vou deixando claro. Mas se você concordar e até acrescentar, será melhor ainda.
Dentre as coisas que gostamos e prezamos, algumas delas temos dificuldade de realizar, apesar da facilidade que aparentam. Por exemplo, mandar um e-mail especialmente escrito para um amigo é tarefa fácil (fácil?!).
Ou melhor, é e não é!
Quero dizer...
...depende!
Se for um simples repassar de e-mail é fácil. Apenas eliminar endereços anteriores e selecionar para quem irá ser encaminhado como cc (cópia oculta...)
Agora escrever um texto especial é um pouco mais dificil. Requer um motivo pois, na maioria das vezes, só o "simples" motivo de amizade não é assim tão motivador...
Hummm...
Ah, já sei! Aniversários! É isso!!!
Caramba, pensando melhor sabe que não sei as datas de aniversário da maioria dos meus amigos (xiii, nem mesmo dos parentes mais próximos...)!
Bem, a vida é tão corrida, sabe como é, né?
Montar uma agenda não é assim tão simples... Na próxima virada de ano uma das minhas metas pessoais - prioridade 0 - será começar um tremendo agendamento. Todos os aniversários devidamente inseridos no calendário do Google ou no do Yahoo ou quem sabe no meu futuro i-Phone 5!
Ta bem, va lá, que seja...
Pode ser na minha agendinha de bolso ou de mesa mesmo!
OK. Pensando bem, quem sabe telefonar para bater um papo com um amigo de vez em quando acho que será mais fácil... Não precisarei da tal agenda. Mas, tem um probleminha: qual o melhor horário e o preço do minuto não está biscoito não...
Bom, de qualquer modo é apenas uma questão de escolher o como e um pouco de organização!
Visitar? Aí fica realmente bem mais dificil. A logistica, o dia, o horário... esta vida moderna é fogo!
Aí, nestas alturas, você pode estar pensando, e a tal mensagem que despertou todo este blá, blá, blá? Onde está? E o convite para o tal cafézinho?
Bem, então aí vai ela (a tal mensagem):
Um professor, diante de sua classe de filosofia, sem dizer uma só palavra, pegou um pote de vidro, grande e vazio, e começou a enchê-lo com bolas de golf.
Em seguida, perguntou aos seus alunos se o frasco estava cheio e imediatamente todos disseram que sim.
O professor então pegou uma caixa de bolas de gude e esvaziou-a dentro do pote. As bolas de gude encheram todos os vazios entre as bolas de golf.
O professor voltou a perguntar se o frasco estava cheio e voltou a ouvir de seus alunos que sim.
Em seguida, pegou uma caixa de areia e esvaziou-a dentro do pote. A areia preencheu os espaços vazios que ainda restavam e ele perguntou novamente aos alunos, que responderam que o pote agora estava cheio.
O professor pegou um copo de café (líquido) e o derramou sobre o pote umedecendo a areia.
Os estudantes riam da situação, quando o professor falou:
"Quero que entendam que o pote de vidro representa nossas vidas. As bolas de golf são os elementos mais importantes, como Deus, a família e os amigos.
São com as quais nossas vidas estariam cheias e repletas de felicidade.
As bolas de gude são as outras coisas que importam: o trabalho, a casa bonita, o carro novo, etc...
A areia representa todos as pequenas coisas. Mas se tivéssemos colocado a areia em primeiro lugar no frasco, não haveria espaço para as bolas de golf e para as de gude.
O mesmo ocorre em nossas vidas.
Se gastamos todo nosso tempo e energia com as pequenas coisas nunca teremos lugar para as coisas realmente importantes. Prestem atenção nas coisas que são primordiais para a sua felicidade.
Brinquem com seus filhos, saiam para se divertir com a família e com os amigos, dediquem um pouco de tempo a vocês mesmos, busquem a Deus e creiam nele, busquem o conhecimento, estudem, pratiquem seu esporte favorito...
Sempre haverá tempo para as outras coisas, mas ocupem-se das bolas de golf em primeiro lugar.
O resto é apenas areia."
Um aluno se levantou e perguntou o que representava o café.
O professor respondeu:
"que bom que me fizestes esta pergunta, pois o café serve apenas para demonstrar que não importa quão ocupada esteja nossa vida, sempre haverá lugar para tomar um café com um amigo".
Caro amigo, tenha um excelente e abençoado dia.
Se possível , programe-se para escrever um e-mail para um amigo, telefonar para outro, visitar os que estiverem mais próximos (especialmente os idosos e os enfermos) e, mais importante,
ore por todos êles!
Estarei aguardando com muita emoção o dia em que novamente poderemos tomar um cafezinho juntos, após um delicioso almoço ou jantar e celebrar mais uma vez a nossa amizade.
Meu abraço afetuoso para você, meu especial amigo,
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
"O Símbolo Perdido", por Dan Brown
Labels:
Código da Vinci,
Conspiração,
Cultura,
Dan Brown,
Estudo,
EUA,
Ficção,
Maçonaria,
Pesquisa,
Vídeo
Assinar:
Postagens (Atom)