quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Capitão Julio Augusto de Mello

Capitão Júlio Augusto de Mello



Homenagem ao Irmão Júlio Augusto de Mello Co-Fundador da ARLS Ben. Minas Livre Esperança No. 606, Grande Oriente do Brasil/Minas Gerais - 1898

Membros fundadores da Aug. Resp. Benemérita Loja Minas Livre Esperança No. 606, ao Or. de Jacutinga, MG - 1898

Da esq. para a dir. aparecem os irmãos fundadores:

1- José Fernandes,

2- Carlo Felippi,

3- José Urbano,

4- Dr. Herculano (médico na cidade de Espirito Santo do Pinhal, SP),

5- Antonio Dias Barbosa,

6- Luiz do Prado, e

7- Antonio Eduardo de Carvalho.

Notas:
1- Carlo Filippi, chegou em Jacutinga em 1887. Nascimento: 06/10/1863 / Falecimento: 19/09/1931
2- José Fernandes, chegou em Jacutinga em 1890. Nascimento: 1872 / Falecimento: 1965


OFICIAIS ELEITOS EM 31 DE JULHO DE 1898




O Capitão Júlio Augusto de Mello nasceu em 26 de Fevereiro de 1866, no municipio de Silvianópolis, Minas Gerais, sangue genuinamente brasileiro, incluindo ascendência silvícola da tribo Tupi; sobrinho de Silviano Brandão, Presidente do Estado de Minas, hoje equivalente ao cargo de Governador do Estado e casado com Dona Inácia de Alvarenga Peixoto cuja ascendência está diretamente ligada ao casal Barbara Heliodora e Alvarenga Peixoto, heróis e mártires da Inconfidencia Mineira.

O irmão Capitão Júlio, assim respeitosamente tratado nesse trabalho, e Dona Inácia, tiveram 9 filhos. Dentre eles destacamos dois:

- Júlio de Mello Filho, conhecido no âmbito da família como “Julico” e que aparece na foto a seguir, maçom e membro centenária e Gr.`. Ben.`. e Gr.´. Benf.´. ARLS Amizade nº141, do oriente de São Paulo, que por várias vezes visitou a nossa Loja e por um período da sua vida de aposentado residiu em Jacutinga.

Da esq: Deusdedit Granja dos Santos (esposo da Dona Elisinha de Barros Pinheiro - Jacutinguense, prima da Dona Ione e sobrinha do Ir. Américo de Paiva Pinheiro, também um dos co-fundadores da nossa Loja), Julio de Mello Filho (Ir. Julico), Francisco Mello Siqueira Junior (filho caçula do Ir. Francisco), Dona Ione de Souza Toledo Siqueira (esposa do Ir. Francisco), Dona Mercedes (2a. esposa do Ir. Julico) e Dr. Mario de Barros Pinheiro (Jacutinguense, primo da Dona Ione, irmão da Dona Elisinha e também sobrinho do Ir. Américo de Paiva Pinheiro, um dos co-fundadores da nossa Loja)


e
- Dona Maria da Conceição Mello Siqueira, professora, escritora, poetisa e ensaísta, casada com o saudoso “Sr. Banico”, Dr. Urbano Lopes Siqueira, cirurgião dentista, político local e fazendeiro, residentes em Jacutinga.

O casal Dona Conceição e Banico por sua vez eram os pais do nosso valoroso e saudoso irmão Francisco Mello Siqueira, membro ativo da nossa Loja durante os anos em que voltou a residir na Fazenda Santa Clara, em Jacutinga, após a sua aposentadoria. O Ir. Francisco era casado com Dona Ione de Souza Toledo Siqueira, que, por sua vez, eram os pais do nosso

- Irmão Kleber de Toledo Siqueira, casado com Dona Maria Lucia Giribone Siqueira, que por sua vez são os pais do nosso Irmão Kleber de Toledo Siqueira Filho, Mestre Maçom iniciado e membro ativo da nossa Loja.

e da nossa sobrinha
- Keila de Toledo Siqueira e Silveira, casada com Luiz Carlos Silveira, que por sua vez são os pais do nosso Irmão Luiz Henrique Siqueira e Silveira, Companheiro Maçom, iniciado e membro ativo da nossa Loja.

Destaco que a memória do nosso saudoso irmão Francisco, engenheiro, escritor e fazendeiro, muito nos honra com sua jornada maçônica que atingiu uma visibilidade em nível nacional com a publicação da obra maçônica Jesus e a Moral Maçônica, o qual sempre carregou em seu coração os laços de amizade com a maçonaria jacutinguense, da qual participou ativamente.

Dessa forma as explicações genealógicas acima colaboram para situar plenamente as ligações da nossa Loja com o seu co-fundador Ir. Capitão Julio, desde a sua origem até os presentes dias, através dos seus descendentes diretos, maçons que nos honram com a sua dedicação e contribuições para o engrandecimento da nossa Loja.

O irmão Capitão Julio foi fundador do periódico “O Jacutinga” primeiro jornal de Santo Antônio de Jacutinga no ano de 1897. No ano seguinte foi membro co-fundador da nossa ARLS Capitular Minas Livre nº606 em 1898 no oriente de Santo Antônio de Jacutinga, hoje nossa querida cidade e Estância Hidromineral de Jacutinga, juntamente com outros 22 renomados irmãos.

Homem de letra e de tudo entendia, de fala fácil dominava a oratória. Em 21 de Julho de 1898, já Mestre Maçom, foi eleito a nova diretoria da loja a qual ocupou cargo de Orador, segundo pesquisas foi exaltado ao grau capitular de Cavaleiro Rosa Cruz, Gráu 18 do Rito Escocês Antigo e Aceito, juntamente com outros 11 irmãos, em agosto de 1898.

Registramos, com emoção, o fato histórico que passados 103 anos da eleição do Irmão Capitão Julio para orador da primeira administração da nossa Loja, o nosso Ir. Francisco, seu neto, ocupou esse mesmo cargo na gestão 2001/2003, sob a liderança do nosso irmão Marcelo Caponi, Venerável Mestre.

Os fundadores escolheram “Minas Livre” o sugestivo nome distintivo para a nossa oficina porque tinham em mente homenagear os heróis e mártires da Inconfidencia Mineira cujo climax ocorrera há 109 anos, em 1789, e cujos feitos serviram de alavanca para o despertar do 7 de setembro de 1822. Destacamos que o Irmão Julio de Mello era descendente direto de Alvarenga Peixoto e Barbára Heliodora, importante casal de heróis e mártires da Inconfidencia Mineira. Tal fato agrega um valor adicional às tradições da nossa Loja, que conta em sua história e em seu quadro atual de membros, com descendentes diretos desses valorosos Inconfidentes.

O Irmão Capitão Júlio exerceu o cargo de fiscal da barreira do estado (fiscalização de impostos de fronteira estadual) e arrecadador de impostos em Jacutinga, onde residiu em um sobrado da rua Júlio Brandão, próximo ao antigo Mercado Municipal, atualmente sede da Prefeitura Municipal, tendo sido proprietário de imóveis rurais e urbanos.

Na década de 1920, o Ir. Capitão Julio decidiu vender as suas propriedades em Jacutinga e transferir sua residência e domicilio para Taubaté, próspera cidade Paulista situada no Vale do Paraíba, onde comprou uma grande e bela fazenda no subdistrito de Jambeiro. Nessa nova propriedade dedicou-se a criar gado e ao cultivo do café.

Anos depois , devido a sua não adaptação à região do Vale do Paraíba, vendeu sua fazenda ao então Deputado Pe. Calazans e transferiu sua residencia para São Paulo, capital, passando a residir no bairro do Brás.

Adoentado e desalentado com os negócios finalmente decidiu voltar a residir em Jacutinga, onde veio a falecer no dia 24 de outubro de 1944, com 78 anos de idade, devido a doença cardíaca. Encontra-se sepultado no cemitério municipal da cidade.

Através dos relatos de Dona Lygia Siqueira Corradi, sua neta e irmã do nosso saudoso Ir. Francisco, sabe-se que o Ir. Capitão Julio era um homem de gênio firme, enérgico, letrado, elegante com suas vestimentas e de bom humor.

Como curiosidade, Dona Lygia relata que quando o Ir. Capitão Júlio saia de casa para frequentar as reuniões da nossa Loja, dizia à família e aos circunstantes que ia “montar no bode”, a mesma expressão que ainda eventualmente escutamos nos dias atuais para referir que se está indo à uma Loja maçônica. Tal forma de se expressar impressionava os não maçons, com um certo ar de mistério e talvez até mesmo de receio.

Nos últimos de vida, segundo depoimento da Dona Lygia, o nosso Ir. Capitão Julio comentava que os irmãos maçons pareceiam estar fadados a um triste e melancólico final de vida. Talvez, tal pensamento poderia decorrer dos infortunios que o acometeram na ultima fase da vida.

Registro que Dona Lygia, muito gentilmente acedeu ao meu convite de irmos juntos ao cemitério municipal de Jacutinga para que ela pudesse indicar-me o túmulo do Ir. Capitão Julio e confirmar as datas do seu nascimento e do seu falecimento. Tal verificação se fez necessário, uma vez que em nossa cidade a prefeitura tem registros civis de morte apenas a partir do período a partir de 1940. Antes daquele período, a função de manter tais registros era da competência da Igreja Católica Romana local. Desse modo, pude ter acesso ao local do túmulo do Ir. Capitão Júlio, que naquele campo sagrado jaz em paz.

Túmulo do Ir. Capitão Julio Augusto de Mello, no Cemitério Municipal de Jacutinga, MG. Na foto abaixo, a lápide indicando as datas de nascimento e morte do Ir. Capitão Júlio



Ir. Danilo, autor desse trabalho de pesquisa maçônica, ladeando Dona Lygia Siqueira Corradi, neta do Ir. Capitão Júlio, em recente visita à sua residencia em Jacutinga, MG


Desse modo, com muita satisfação é que, aos 119 da sua fundação, concluo que o Reconhecimento e a Gratidão pela vida e pela operosidade maçônica do nosso Irmão Capitão Júlio Augusto de Mello e de todos irmãos fundadores e aos irmãos que ao longo dessas muitas décadas por aqui passaram e dedicaram muito do seu esforço pessoal, sinto-me imensamente honrado pelo fato de que, juntamente com meus prezados irmãos, herdamos de graça como fortuna, este maravilhoso, respeitado e sagrado templo que chamamos de Loja, que tenho por obrigação de honrar, trabalhar, zelar e carregar em meu coração, um dos maiores presentes e oportunidade que o G.´.A.´.D.´.U que é DEUS me proporcionou.

Que o respeito, a fraternidade, a paz, a harmonia estejam sempre conosco e que a vaidade nunca atinja nossos corações. “Um Tríplice e Fraternal Abraço”

Jacutinga aos 22 dias, do mês de Novembro de 2017 da E.´.V.´.





Ir. Danilo Flávio Ozório, M.M., 2º Vigilante, gestão 2017/2019


Referências bibliográficas:
1- Livro quem somos da Academia Paulistana de Letras de 1992.
2- Livro Antologia, Homenagem a Maçonaria aos 450 de desafios, ação, vitorias e glórias de São Paulo. 2004.
3- Livro Antologia III da academia paulistana de Letras 2005.
4- Blog do Irmão Francisco de Mello Siqueira.
5- Relatos da senhora Lygia Siqueira Corradi, neta do Irmão Júlio Augusto de Mello.
6- Livro- O Cabo-Maior dos Paulistas na Guerra dos Emboabas. 1961. Autor Aureliano Leite.
7- Wikipédia para pesquisar sobre a Loja do Ir. Julico.

domingo, 5 de novembro de 2017

A MINHA LOJA




A MINHA LOJA

Que vos direi Irmãos da minha Loja? Que tenho eu aprendido nela para vos transmitir? O que precisa ela de mim?

Sei que um dia, em Sessão Magna de Iniciação quando o sol já se havia escondido, marchava sobre o Pavimento Mosaico da minha Loja e nele fazia ainda um juramento solene. Fazia-o humildemente e com toda a sinceridade.

Mais tarde, com passos em esquadria, muitas outras marchas fiz, e, bem distante, longinquamente, adivinhávamos uma Luz de brilho intenso, Luz que a todo o instante nos chama, nos conclama à integração da Grande Fraternidade.

Solenemente, de pé e à ordem, vamos tomando contato e conhecendo as grandes ferramentas e começamos a admirar a nossa Loja.

Obra divina, ela nos acarinha e espera pacientemente pelo nosso eterno aperfeiçoamento; ela nos diz pela sua simbologia perfeita, austeramente, quantas mãos empunharam essas ferramentas, quantos corações, quantas mentes, quantas gotas de sangue e suor, os obreiros de todos os tempos despenderam a bem da Ordem em geral e do Quadro em Particular.

Oh! humanidade sofredora, quantas marchas tu já fizeste neste pequenino Pavimento de Mosaico, quantas construções tu já fizeste.

Tu, minha Loja, És o infinito, dás-nos as coordenadas exatas para nossa orientação. Mostras-nos as constelações que brilham intensamente mas que só se contemplam em longas noites escuras.

Que paradoxo necessário, nós sabemos que, o que é verdadeiramente belo, só se enxerga à distância, não podemos conspurcar no imediatismo, em simples assopro, esse brilho eterno da verdade. Adverte-nos das coisas vãs no plano finito.

No plano infinito incentiva-nos á investigação e estudo das coisas de sempre, do que é divino e salutar, que é justo e perfeito, das virtudes que hão de argamassar todo este edifício social do qual o G.’.A.’.D.’.U.’. , nunca se desinteressou.

Tuas colunas eu sinto permanentemente ao meu lado, adentrando-as sempre, tentando ser também uma, situado eqüidistante , para que eu me sinta em Loja e seja ao mesmo tempo o seu prolongamento.

Eu quero transformar-me em Templo para albergar todos os homens, todos os meus Irmãos , distinguindo-os com a prática do meu Rito, a sabedoria dos meus graus, a prática dos bons costumes, a coerência íntegra entre o que se diz e o que se faz.

Oh! Santa Maçonaria, será que o fogo que desencadeias em nossos corações, não será tão puro como qualquer outro, cujas labaredas se erguem aos Céus, crepitando, purificando, no centro de um acampamento onde reine sempre a Paz e o Amor?

Não será isto filantropia? Não será a causa das causas a nossa filosofia? Não seremos progressistas? Por que então, às vezes, ocorrem desvios que não têm nada que ver com a pluralidade, a diversidade, a verdadeira policromia que inebria?

Minha Loja, acho que estás certa!...

Eu não me conheço a mim próprio, como desejava Sócrates que os homens fizessem. Por isso não posso também conhecer muito bem o próximo.

Vamos, porém, nesta caminhada, passando a Trolha pelas paredes deste edifício, ainda com a massa fresca, eliminando alguma saliência que comprometa a estética, vamos alisar o encrespado que despertará sempre o nosso agrado.

Tão pouco tenho para te oferecer minha Loja!

Aceita-me como sou, simples, ingênuo às vezes, mas permita-me preservar o lirismo que nasceu nas veias, para poder cantar suavemente aquele melopéia que João Almada publicou no jornal “O Estado de São Paulo”, em sua edição de 11 de setembro de 1977, pelo Centenário da morte de Alexandre Herculano;

OU PEDRINHA, OU... VAI, PEDRINHA, VAI... EI, PEDRINHA, EI... OU, PEDRINHA, OU... VAI QUE EU TAMBÉM VOU...

Bodes do Asfalto - Santa Catarina




Idealizado pelo M. Resp. Ir. Wagner Sandoval Barbosa, Past Grão Mestre do GOB-SC, o evento motociclístico "Abraçando o Estado de Santa Catarina" teve a sua 9ª edicao anual consecutiva realizada nesse final de semana prolongado, entre os dias 01 a 05 de Novembro de 2017.

O passeio de 2017, abrangendo uma distância de 1.800 km, que exigiram 4 noites e 5 dias de deslocamento, foi composto por um grupo de 22 irmãos e 14 cunhadas, todos afiliados ao Moto Clube Bodes do Asfalto, que atualmente conta com cerca de 8.200 membros sendo o maior moto clube do Brasil, formado exclusivamente por maçons.

Como parte desse passeio motociclístico, foi programada uma Sessão Aberta da ARLS Cavaleiros de Aço nº 4322 do GOB-SC, realizada no espaço denominado "Templo de Salomao", que reproduz um templo maçônico configurado para reuniões do R.E.A.A. a Céu Aberto, situa-se no Camping Canyon de Guartelá. Essa especial e memorável sessão foi conduzida pelo Resp. Ir. Fábian Radloff, seu Venerável Mestre, tendo sido abrilhantada pela presença das Cunhadas e de visitantes.









Por tratar-se de uma viagem de longa duração e com as Cunhadas na garupa, considerando que os alforges das motos possuem um espaço bem reduzido para bagagens e, sendo a nossa Cavaleiros de Aço uma Loja do R.E.A.A., para facilitar a logística foi permitido o uso de Balandrau ao invés do tradicional traje maconico completo.



Depois dessa memorável sessão pública a Céu aberto, o grupo seguiu viagem com destino a Chapecó, oeste do estado de Santa Catarina, para participar do Encontro dos 3 Estados do Sul, evento também patrocinado pelo Moto Clube Bodes do Asfalto e que contou com mais de 300 participantes.

De fato, foi um final de semana muito agradável onde reinou a harmonia e o amor fraternal.





Todo o percurso foi realizado dentro das melhores praticas de seguranca e disciplina no deslocamento de grupos em estradas e em longas distâncias.

Os Irmãos interessados em participar do Moto Clube Bodes do Asfalto são muito bem vindos!

Fraternalmente,

Ir. Wagner Sandoval Barbosa, PGM, GOBSC