segunda-feira, 21 de abril de 2008

A Força de Vontade

Trabalho apresentado pelo Ir. Adelmar Batista de Souza, A.M.
Existe na arte da Engenharia, entre muitas regras básicas, todas obedientes às leis da Matemática a classificação de “vigas mestras”. São aquelas partes sumamente importantes da construção, que protegem e sustentam o edifício.
De igual modo, nas ciências, nas letras e em todas as artes, deve haver uma base sustentadora, sem o que não é possível que elas prevaleçam e evoluam.
Em se tratando da vida moral ou espiritual, no terreno das idéias, a escalada é, por semelhante modo, essencial dos primeiros fundamentos à mais alta concepção do reino espiritual.
Dissertemos, então, sobre o filosofismo maçônico, em torno de vigas mestras do verdadeiro maçom. Mostremos como se deve conceber, dentro dos ensinamentos mais expressivos da Sublime Ordem, o caráter moral e espiritual de um genuíno obreiro.
Vejamos o que a Maçonaria deve esperar de seus filhos. E que sejam varões do altíssimo gabarito moral para que se enquadrem perfeitamente dentro das linhas diretrizes do seu filosofismo sadio e construtor.
E para que o maçom seja realmente modelo de cidadão perfeito, em plena sincronia com essas idéias, mister se faz que conheça e ponha em prática as virtudes mestras, que lhe poderão outorgar as forças necessárias para se firmar como coluna inabalável e indestrutível no edifício de sua vida moral.
Em qualquer atividade da vida, deve prevalecer extraordinária força de vontade para a eficiência do trabalho. Quem realiza qualquer tarefa sem a ela dedicar o máximo do seu esforço, certamente fracassará no cumprimento do dever. Isto acontece comumente em todos os setores da atividade humana e, muito mais, na vida moral e espiritual. O progresso na virtude é muito mais difícil que a evolução das ciências, das letras e das artes.
A força de vontade é a virtude preliminar capaz de sustentar o edifício de nossa vida moral, no combate aos vícios e às iniquidades humanas. Não basta, todavia, que o homem tenha a perfeição como ideal. Há muitos que canalizam suas energias, as boas intenções, mas ignoram o rumo a seguir, e acabam deixando-se vencer. Daí a necessidade de se cultivar a inteligência, atitude indispensável como auxílio poderoso à força de vontade, a fim de que o homem saiba quais os direitos e deveres no desempenho das suas múlti¬plas atividades, dentro e fora da Ordem Maçônica.
Muitos ignoram os mais comezinhos deveres porque não se dão ao trabalho de pensar, de ler e de meditar, e pouco se esforçam pela sua evolução mental, moral ou espiritual. A inteligência tem que ser cultivada para que o homem aprenda a raciocinar e solucionar os múltiplos problemas da existência. A mais importante das virtudes preliminares para a formação do homem perfeito, no entanto, é a sabedoria, vista pelo prisma da solidariedade humana.
Se o homem for dotado de força de vontade e inteligência cultivada, mas destituído da qualidade mais sublime do caráter que é a sabedoria ele será, consequentemente, pouco mais que um bruto.
Precisamos, portanto, nos conscientizar de que é nosso dever agir sabiamente, reconhecendo que nossos direitos cessam quando começam os alheios. Igualmente devemos entender que só devemos fazer ao próximo o que queremos que façam conosco. Não é difícil nos harmonizar com o próximo, revelando-lhe as faltas e auxiliando-o em seus revezes e amarguras.
O verdadeiro maçom é, pois, o que possui, preliminarmente, esta tríade como alicerces para sua vida.
Aprendamos, pois, com esta trilogia a conduzir nossas vidas, embasados neste espelho de virtudes divinas, que não só constituem os atributos da alma verdadeiramente maçônica, mas o patrimônio dos genuínos sábios que, segundo Deus, não compuseram no lamaçal das misérias humanas.
Bendita seja a milenar Maçonaria, que é uma das mais sublimes das instituições na face da terra.


FONTES:

- A Maçonaria de Hoje – Editora Papiruz – 1998
- Verdade e Consciência – Editora Moderna - 2000

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