domingo, 16 de outubro de 2022

Salmo133 - Biblioteca: "Os Landemarques de Pike"

                                                                     J. Castellani

Albert Pike (1809-1891) foi um célebre maçom norte-americano, nascido em Boston. Poeta, advogado e militar --- chegou ao generalato --- foi Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho da Jurisdição Sul dos Estados Unidos do REAA. Sua obra máxima é "Morals and Dogma on the Anciet and Accepted Scottish Rite of Freemasonry" (1871), onde estuda os Altos Graus um a um (é considerada a obra máxima do rito).

A classificação de landmarques feita por Pike, foi resultado de um amplo estudo e de uma arrasadora e erudita crítica ao emaranhado de falsos limites, apresentados pelos autores da época, incluído, aí Mackey, seu discípulo e seu Grande Secretário, quando ele era Grão-Mestre Provincial. Para Pike, os landmarques são apenas cinco:

1. A necessidade dos maçons reunirem-se em Loja;

2. O governo de cada Loja por um Venerável Mestre e dois Vigilantes;

3. A crença no Grande Arquiteto do Universo e numa vida futura;

4. A cobertura dos trabalhos da Loja;

5. A proibição da divulgação dos segredos da Maçonaria, ou seja, o sigilo maçônico.

Pouco há a comentar sobre um trabalho sobre esse, bastando dizer o seguinte : todas as regras relacionadas são verdadeiros landmarques ; é a única classificação conhecida em que isso ocorre. Mesmo que alguns autores contestem uma ou outra dessas regras, nenhum deles pode deixar de reconhecer essa verdade. Pela sua erudição maçônica, pela síntese absoluta, que faz, em sua relação de limites, e por relacionar somente verdadeiros landmarques, Pike, com sua compilação, é que deveria merecer a maior credibilidade dos maçons, como ocorre nos países de fala inglesa.

Isso, porém, não acontece, nos países latinos, onde a classificação de Mackey reina soberana --- sendo, quase sempre, a única conhecida e tomada como lei incontestável --- embora seja uma das mais falhas e mais mentalmente castradoras de todas as compilações existentes, não sendo nem aceita em sua pátria, os Estados Unidos, onde apenas QUATRO das CINQÜENTA E DUAS Grandes Lojas norte-americanas a seguem.

Uma regra maçônica, para ser um verdadeiro landmarque deve ser imemorial --- ter antiguidade suficiente, para que nem se possa estabelecer, no tempo, a sua origem --- espontânea --- o que significa que ela não tem autor conhecido, mas foi gerada pelo uso da comunidade --- e universal aceitação --- uma norma, só aceita em algumas comunidades maçônicas, não é um legítimo limite, mas, sim, uma regra particular de conduta.

Das 25 regras de Mackey, pelo menos 19 não são verdadeiros landmarques.




SUPREMO CONSELHO DO GRAU 33 - SUL DOS EUA




sábado, 8 de outubro de 2022

A NATUREZA DO CRISTO

A questão da natureza do Cristo foi debatida desde os primeiros séculos do Cristianismo. Pode-se dizer que ainda não se acha solucionada, pois que continua a ser objeto de discussão. Foi divergência das opiniões sobre este ponto que deu origem à maioria das seitas que dividiram a Igreja há quase vinte séculos, sendo de notar-se que todos os chefes dessas seitas foram bispos ou membros titulados do clero. Eram, por conseguinte, homens esclarecidos, muitos deles escritores de talento, abalizados na ciência teológica, que não achavam concludentes as razões invocadas a favor do dogma da divindade do Cristo. 

Entretanto, como hoje, as opiniões se firmaram mais sobre abstrações do que sobre fatos. Sobretudo, o que se procurou foi saber o que o dogma continha de plausível, ou de irracional, deixando-se, geralmente de um lado e de outro, de assinalar os fatos capazes de lançar sobre a questão uma luz decisiva.

Mas, onde encontrar esses fatos, senão nos atos e nas palavras de Jesus?

Nada tendo Ele escrito, seus únicos historiadores foram os apóstolos que, tampouco escreveram coisa alguma quando o Cristo ainda vivia. Nenhum historiador profano, seu contemporâneo, havendo falado a seu respeito, nenhum documento mais existe, além dos Evangelhos, sobre sua vida e a sua doutrina.

 Aí somente é que se há de procurar a chave do problema. Todos os escritos posteriores, sem exclusão dos de S. Paulo, são apenas, e não podem deixar de ser, simples comentários ou apreciações, reflexos de opiniões pessoais, muitas vezes contraditórias, que, em caso algum, poderiam ter a autoridade da narrativa dos que receberam diretamente do Mestre as instruções.

Sobre esta questão, como sobre as de todos os dogmas, em geral, o acordo entre os Pais da Igreja e outros escritores sacros não seria de invocar-se como argumento preponderante, nem como prova irrecusável a favor da opinião de uns e outros, uma vez de nenhum deles citou um só fato, fora do Evangelho, concernente a Jesus; que nenhum deles descobriu documentos novos que seus predecessores desconhecessem.

Os autores sacros nada mais conseguiram do que girar dentro do mesmo círculo, produzindo apreciações pessoais, deduzindo corolários acordemente com seus pontos de vista, comentando sob novas formas e com maior ou menor desenvolvimento as opiniões contrárias às suas. Pertencendo ao mesmo partido, tiveram todos de escrever no mesmo sentido, senão nos mesmos termos, sob pena de serem declarados heréticos, como o foram Orígenes e tantos mais. 

Naturalmente, a Igreja só incluiu no número dos seus Pais os escritores ortodoxos, do seu ponto de vista. Sendo advogados de uma mesma causa e defendendo-a com incontestável talento, haviam forçosamente de adotar as mesmas conclusões. Longe de intentarmos apontá-los no que quer que fosse, apenas quisemos refutar o valor das conseqüências que se pretende tirar do acordo de suas opiniões.

Ora, entre esses fatos, outros não há mais preponderantes, nem mais concludentes, do que as próprias palavras do Cristo, palavras que ninguém poderá refutar, sem infirmar a veracidade dos apóstolos.

 Pode-se interpretar de diferentes maneiras uma parábola, uma alegoria; mas, afirmações precisas, sem ambigüidades, repetidas cem vezes, não poderiam ter duplo sentido. Ninguém pode pretender saber melhor do que Jesus o que ele quis dizer, como ninguém pode pretender estar mais bem informado do que ele sobre a sua própria natureza. Se ele foi obscuro em certos pontos, por usar uma linguagem figurada, no que concerne à sua pessoa não há equívoco possível.

Que autoridade maior se pode pretender, do que o das suas próprias palavras? Que interpretações podem prevalecer contra afirmações tão formais e multiplicadas como estas:

“Não vim de mim mesmo, mas aquele que me enviou é o único Deus verdadeiro. – Foi de sua parte que vim. – Digo que vi junto a meu Pai. – Não me cabe a mim vo-lo conceder; isso será para aqueles a quem meu Pai o preparou. – Vou para meu Pai, porque meu Pai é maior do que eu. – Por que me chamas bom? Bom não há, somente Deus. – Não tenho falado por mim mesmo; meu Pai, que me enviou, foi quem me prescreveu, por mandamento seu, o que devo dizer. – A doutrina que prego não é minha, mas daquele que me enviou. A palavra que tendes ouvido não é minha, mas de meu Pai que me enviou. – Nada faço de mim mesmo; digo unicamente o que meu Pai me ensinou. – Nada posso fazer de mim mesmo. – Não cuido de fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. – Tenho-vos dito a verdade que aprendi de Deus. - Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou. – Tu que és o único Deus verdadeiro e Jesus Cristo a quem enviaste. – Meu Pai, nas tuas mãos entrego meu espírito. – Meu Pai, se for possívelfaze que de mim se afaste este cálice. – Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus.”(Jo. 20:17)

Quando se lêem tais palavras, fica-se a perguntar como há podido vir, sequer, à mente de alguém a idéia de atribuir-lhes sentido diametralmente oposto ao que elas exprimem tão claramente.

A questão teve maior relevância no tempo do Papa S. Marcos (confessor), que dirigiu a igreja no ano de 336. Ário, de Alexandria, sustentava a tese de que Jesus era semelhante a Deus, mas o Papa dizia que era consubstancial (igual). Foi aí que foi decretado o dogma da trindade.

Analisemos o seguinte:

(João 10:30) - Eu e o Pai somos um.

Fundamentados nesta afirmação de Jesus, muitos dizem que Ele mesmo afirma que é Deus. Vejamos os textos seguintes: João 10:34) - Respondeu-lhes Jesus: Não está escrito na vossa lei: Eu disse: Sois deuses? (João 10:36) - Àquele a quem o Pai santificou, e enviou ao mundo, vós dizeis: Blasfemas, porque disse: Sou Filho de Deus? Aqui Jesus continua afirmando que é o Filho de Deus.

(João 14:20) - Naquele dia conhecereis que estou em meu Pai, e vós em mim, e eu em vós.

Aqui Jesus mostra que no mundo espiritual todos estaremos juntos, fazendo parte da mesma essência divina, ou seja, todos faremos parte de Deus, que seremos um só.

(João 5:19) - Mas Jesus respondeu, e disse-lhes: Na verdade, na verdade vos digo que o Filho por si mesmo não pode fazer coisa alguma, se o não vir fazer o Pai; porque tudo quanto ele faz, o Filho o faz igualmente.

(João 6:38) - Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou.

(JO 14:12) -  Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai. Nesta passagem Jesus diz que poderemos fazer a coisas que Ele fez e ainda maiores. Se Ele fosse Deus, poderíamos fazer isso? Nós, pobres mortais, poderíamos fazer mais do que Deus? Se Ele fosse Deus diria: -“Eu sou o Pai!, em vez de – Eu vou para o meu Pai!”.

(João 14:23) - Jesus respondeu, e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada.

Vejamos que aqui Jesus usou a primeira pessoa do plural (nós viremos, nós faremos), confirmando que todos iremos para Deus, faremos morada em Deus e seremos Deus, ou seja, um só espírito, uma só essência.

(LC 23:34) -  E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. E, repartindo as suas vestes, lançaram sortes.

(MT 27:46) -  E perto da hora nona exclamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactâni; isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? (Mc 15:34)

(Lucas 23:46) - E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isto, expirou.

Nestes três textos Jesus pede ao Pai que perdoe seus algozes, depois interroga ao Pai porque foi abandonado e entrega seu espírito ao Pai.. Se fosse Ele Deus, haveria necessidade dessas palavras? Cada um que tire suas conclusões.

Procuremos ler estas passagens dos Evangelhos:

Mateus: 10:32 a 33; 19:16; 20:23; 24:36; 25:31 a 34; 26:36 a 42; 27:46; 28:18.

Marcos: 9:37; 10:17,18; 13:32; 14:34 a 36; 15:34.

Lucas:  9:26 e 48; 10:16; 18:18,19; 22:28 a 44; 23:46; 24:48,49.

João:   5:16,17,22 a 27,30 a 38; 6:38; 7:16 a 18,33; 8:16,25,26,28,29,38,42; 10:17,18,29 a 38; 11:41,42; 12:49,50; 14:10,20,24,28,30,31; 17 ;1 a 26; 20:17.

Atos dos Apóstolos:  2:22 a 28,33 a 36; 3:22,23,26; 4:10,26 a 28; 5:29 a 31; 7:37,48,49,55 a 58.

Somente no Novo Testamento encontramos Jesus se referindo a Meu Pai (56 vezes), Vosso Pai que está nos céus (24 vezes), Filho de Deus (44 vezes), O Pai, aquele/daquele que Me enviou (32 vezes), Filho do Homem (84 vezes), à direita de Deus (3 vezes-Mc.16:19-At.7:55-Rm.8:34), à direita do Poder de Deus (3 vezes-Mt.26:64-Mc.14:62-Lc.22:69), Meu Filho Amado(7 vezes) e Filho do Altíssimo(1 vez). São 257 referências citando Jesus o Filho de Deus.

Se formos citar todas as passagens, a partir do Velho Testamento, levaríamos várias páginas para mostrar que Jesus afirma que não é Deus, mas filho de Deus e Ele sempre tratou os apóstolos como irmãos e não como filhos. Lembremos que a prece louvando Maria diz: “Santa Maria mãe de Deus”. Essa não é uma afirmação correta, pois se Deus tivesse mãe não seria o Criador de todas as coisas, Ele seria criado, pois teria vindo depois de Maria.

“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” João 8:32.


Petronilo Pereira Filho

03/09/2003

sexta-feira, 7 de outubro de 2022

Juramento e o Livro da Lei

Sobre o tema encontramos 117 referências na Bíblia, assim distribuídas: Juramento - 51, Jurar - 30,  Jurando - 5, Juro - 2, Jurado - 16, Jura - 6, Jureis - 3 e Jurarás - 4 vezes.

O juramento era comum entre os homens e entre Deus e os homens. 

Entre os homens era um compromisso e entre Deus e os homens era uma aliança. 

O juramento tinha que ter validade, pois o homem que jurasse falso quebrava o juramento; Gn 26:3 -(disse o Senhor) peregrino nesta terra, e serei contigo e te abençoarei... confirmarei o juramento que tenho jurado a Abraão, teu pai. Ex 22:11 então haverá juramento do Senhor entre ambos, de que não meteu a mão... Nm 30:2 

Quando um homem fizer voto ao Senhor ou fizer juramento, ligando a sua alma com obrigação, não violará a sua palavra... 30:10,11 Porém se fez voto na casa de seu marido ou ligou a sua alma com obrigação de juramento, e seu marido ouviu e se calou para com ela e lhe não vedou, todos os seus votos serão válidos... Dt 7:8, mas porque o Senhor vos amava; e para guardar o juramento que jurara a vossos pais o Senhor vos tirou com mão... 29:12 e 14 para que entre no concerto do Senhor teu Deus, e no seu juramento que o Senhor teu Deus fazhoje contigo., E somente convosco faço este concerto e este juramento. 2Sm 21:7 Porém o rei poupou a Mefibosete, filho de Jônatas, filho de Saul, por causa do juramento do Senhor, que entre eles houvera...1Rs 2:43 - Por que pois não guardaste o juramento do Senhor, nem o mandamento que mandei?

Herodes prometeu com juramento à filha de Herodías, dar-lhe tudo que pedisse e ela pediu a cabeça de João Batista (Mt 14:7).

Por fatos dessa natureza é que Jesus recomenda em Mt 5:34,5 Eu porém vos digo que não jureis nem pelo céu, porque é o trono de Deus, nem pela terra que é o escabelo de seus pés.

Joab diz a Davi: 2Sm 19:7 pelo Senhor te juro que, se não saíres, nem um só homem ficará contigo. Jr 44:26 Eis que eu juro pelo meu grande nome, diz o Senhor... Sl 15:4 aquele que jura, com dano seu, não muda. 24:4 Aquele que..., nem jura enganosamente.

Analisando as citações bíblicas encontramos apenas quatro afirmações negativas: Os 4:15, Mt 5:34 a 36 e Tg 5:12. 

Nem sempre os juramentos eram cumpridos, pela própria desonestidade dos homens da época, o que, muitas vezes, gerava contendas e tinha que ser resolvido pelas autoridades. Os próprios sacerdotes procuraram testemunhas entre o povo para incriminar Jesus. Diante desses fatos corriqueiros foi que o Mestre recomendou em Mt 5:34 e 35.

Como Jesus conhecia, muito bem, o caráter dos homens da época, fez essas afirmações, pois ele não iria contradizer os juramentos que o Pai havia feito com os homens.

Esses costumes ainda continuam nos tempos de hoje, basta analisar as promessas e juramentos de muitos políticos que nunca cumprem o que prometem. Nós mesmos costumamos aconselhar nossos amigos e familiares. 

Quando alguém promete alguma coisa, por juramento, dizemos: se acha que não pode cumprir é melhor não prometer ou jurar. 

Foi baseado na fraqueza de caráter dos homens que Jesus fez aquela afirmação. Uma coisa não anula a outra, pois Jesus jamais iria dizer que o Pai não deveria jurar. 

Vejamos a época e para quem Jesus falou. As palavras da Bíblia devem ser estudadas com lógica e raciocínio para não nos contradizermos. 

Lembremos o que João escreveu no seu Evangelho 8:32 "E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará".


Petronilo Pereira Filho

14/06/2004


quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Visões da Colheita

 

Grand Master’s Message

Sir Knight David J. Kussman, GCT

Grand Master of the Grand Encampment of Knights Templar - USA

Revista KNIGHT TEMPLAR - VOLUME LXVIII OCTOBER 2022 NUMBER 10

O mês de outubro sempre me trouxe à mente visões da colheita. A labuta do trabalho rende sucesso: a colheita. Refletindo sobre esta noção bíblica, gostaria de compartilhar alguns pensamentos sobre como este princípio pertence à nossa abençoada Ordem.

Embora o bem humano possa produzir alguns benefícios na sociedade, nas famílias e nas nações, sem a Palavra de Deus e a Nova Vida em Cristo, não pode haver absolutos – nem sólido fundamento – e nenhuma capacidade para a continuação espiritual do semear o bem e colher de acordo. Assim, o homem enfrenta a lei da degeneração e decadência moral, pois colhe o mesmo que semeia.

Não se engane, Deus não se deixa escarnecer; pois tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Pois quem semeia na sua própria carne, da carne ceifará a corrupção, mas o que semeia no Espírito, do Espírito colherá a vida eterna. – Gálatas 6: 7-8

Tudo o que plantamos, colhemos; assim, se semearmos o bem, colheremos o bem. Este princípio, conforme declarado em Gálatas 6, é uma lei absoluta.

Não se engane, Deus não se deixa escarnecer.” Essas palavras introduzem não apenas a lei de semear e colher, mas o fato de que colhemos a mesma espécie que semeamos. Este é um aviso e salienta a natureza absoluta desta lei.

Não se deixe enganar” é planaō (πλανάω) “fazer vaguear, desviar, enganar”. É um presente imperativo passivo e significa, pare de se deixar enganar, desencaminhar ou nunca permita que isso aconteça. A voz presente e passiva antecipa a constante ameaça e atividade de nossos inimigos espirituais que procuram causar estragos em nossa caminhada com Deus. Ele avisa e nos lembra que Satanás e o sistema mundial sob seu controle estão sempre trabalhando com sua mentira milenar: “certamente não morrereis! Pois Deus sabe que no dia em que dele comeres, os teus olhos abrem-te e serás como Deus, conhecendo o bem e o mal” (Gn 3:4-5).

Deus não se deixa escarnecer.” “Escarnecido” é myktērizetai (μυκτηρίζεται) de myktēr (μυκτήρ), “o nariz”. Significa “torcer o nariz para tratar com desprezo, ridicularizar”. O homem não pode ignorar e tratar a verdade e as leis de Deus com desprezo, tentando viver de acordo com sua própria sabedoria e táticas sem consequências profundas.

"Para qualquer." “Seja o que for”, torna esta lei inclusiva – aplica-se a tudo o que semeamos. Então, as palavras “isto também” fazem a conexão em espécie com o que colhemos.

Princípio: Uma vez que tudo se reproduz conforme sua espécie, Deus nunca pode ser zombado.

Assim como ninguém pode semear ervilhas e produzir melancia, ou criar jumentos e produzir cavalos puro-sangue, ninguém pode semear o mal e produzir o bem. Não podemos semear a discórdia e produzir unidade. Não podemos semear mentiras e produzir verdades. Não podemos semear pecado e produzir santidade.

Se semearmos para o Espírito, colheremos do Espírito. Se semearmos na carne, colhemos da carne. Se semearmos o mal, colheremos o mal. Se nós enchemos nossas mentes e corações com o que é mau, não podemos produzir o que é bom.

Raça de víboras, como podeis, sendo maus, falar o que é bom? Pois a boca fala daquilo que enche o coração. O bom homem fora seu bom tesouro produz o que é bom; e o homem mau do seu mau tesouro tira o mal. – Mateus 12:34-35

Se semearmos a indiferença a Deus e aos valores e prioridades espirituais, colhemos o fruto da indiferença – ignorância, dureza, ganância, futilidade e frustração (Ef. 4:17-19).

Aqui está algo para pensarmos:

Semeie um pensamento, colha um ato;

Semeie um ato, colha um hábito;

Semeie um hábito, colha um caráter;

Semeie um caráter, colha um destino.


Obrigado a todos por seu apoio contínuo.

Nossa jornada continua…


David J. Kussman, GCT

Grão-Mestre