quinta-feira, 24 de abril de 2008

“QUESTÕES VERNÁCULAS” “Deslizes da linguagem Falada e Escrita”

Embora seja episódio ou acontecimento já ultrapassado, mas não devidamente reconhecido ou esclarecido em sua oportunidade, quero à laia de crônica, repassar, nesta época em que se aproximam eleições, a ocorrência que trás involucrado em si, questões, liberdades, desconhecimentos ou hábitos inconscientes repetitivos, ou talvez muito conscientes, que se vão tornando corriqueiros pelas cidades, cidadelas ou recantos do país, fatos nem sempre salutares ou éticos ao uso do idioma pátrio e, às práticas democrático-republicanas.
Não gostaria de entrar em polêmica de pouca monta por questões de mera opinião, gosto ou tradição. No entanto não devo apenas satisfazer o meu gosto ou comodidade, uma vez que se arregimentam ufanamente entusiasmos e radicalidades que não agregam nada à cultura ou à verdade pragmática da boa convivência, pois lá vem, como cavalo de batalha, um editorial a sacramentar o que o editorialista sequer se deu ao paciente e consciente trabalho, de em breve pesquisa pessoal, antes de editorar e tomar cego partido, fundamentando-se primeira, conspícua e pessoalmente para então e, só então, advertir peremptóriamente como o fez, por jornada de jornal quinzenal e justa voz, publicar alto e bom som “doravante não se empregue mais o erro gramatical “cabreuvense”.
Ora, convenhamos! . . . Aí está precisamente uma errática concepção lingüística, falta de legitimidade e carência, de bom senso, como a que exige a paz social, a cordura., a cultura e a boa convivência entre patrícios ou munícipes. Acusar o prefeito de mau uso do idioma, objetivando, quem sabe, possível e disfarçadamente atingi-lo, no seu afinal bem fundamentado saber gramatical, difundindo popularmente entre quem ao ler de boa fé, mas sem autoridade e devido conhecimento na matéria, para analise crítica, para discernir o certo ou errado, pode deixar-se levar pela obnubilação, ante o óbvio aparente, na falta de fundamentada e criteriosa opinião.
Vem esse sub-reptício ato, óbvia e rebuscadamente eivado de preconceito, ou cega obediência a certo oportunismo e momentânea “conveniência política”, no reparo arbitrário à hipotética incorreção, ou certamente representa inegável desrespeito, desconhecimento ou desprezo pelos parâmetros admissíveis no uso da língua pátria. Dizer com propriedade “sou cabreuvense de coração” como disse o prefeito, assim como é perfeitamente legítimo e correto dizer “sou cabreuvano de coração” não aumenta ou diminue a qualidade, a autenticidade, o caráter ou a quantidade, de amor por Cabreúva, que um ou outro cidadão queira corretamente expressar de forma culta, corrente, sincera, correta, expressa com naturalidade despreocupada, displicentemente, da maneira gramatical local ou universalmente consagrada a que esteja habituado, que seja do seu gosto pessoal, ou que simplesmente assim o deseje, sem cometer despautérios lingüísticos, como qualquer pessoa respeitosamente prefira, por uso culto habitual, por uma ou outra locução pela tradição, gosto, costume, cultura, hábito e uso consuetudinário (ou seja: que se pratica repetidamente, como um costume; usual, costumeiro, fundado nos costumes, na prática, e não nas leis escritas (diz-se do direito, de lei etc.); costumeiro, como explica o autor do “Houaiss da língua portuguesa” consagrado, excelente e moderno dicionário com 380.000 acepções e 220.500 verbetes do etimólogo Antonio Houaiss, professor, diplomata, filólogo, lexicógrafo e acadêmico..., que em obra impar realizou um dos maiores dicionários de consulta da língua portuguesa, sem dúvida o mais recente e autorizado dicionário orientado e dirigido por um dos mais extraordinários e legítimos especialistas em lingüística, membro consagrado da citada “Academia Brasileira de Letras”. Academia que, nos autoritários tempos da ditadura Vargas, terá feito o “seu” hoje praticamente desacreditado “vocabulário ortográfico da língua portuguesa” vocabulário aliás totalmente desatualizado, polêmico e que, embora seja uma pista gramatical, não tem o reconhecimento cabal, prático e real dos verdadeiros cultores da língua, acadêmicos e autorizados formadores de opinião sobre a línguagem, que aliás, como em todas as línguas, não é uma “coisa” estática e “imexível”, quando a falha, omissão ou lacuna é admitida, advertida e levantada por autoridades lingüísticas e autorizados literários consagrados na matéria da literatura,.do léxico e da etimologia.
É preciso recordar, por respeito à verdade, e à inteligência democrática republicana e ortográfica, que quando a “Academia Brasileira de Letras” com todoo peso desua responsabilidade e devida autoridade se inclinou ou “atreveu” ao belo propósito de fazer o seu vocabulário ortográfico, hoje polemizado, sujeito a críticas severas e desconsiderado, estava sob a influência política, do “chefe” todo poderoso e onipotente “ditador” Getúlio Vargas, feito politicamente membro da egrégia Academia, por mais que sua pena e verbo fossem incomuns, sendo personalidade de verbo dominante quanto fascinante., cuja política nacionalista não deixava entretanto, de sofrer a forte influência política, direta ou indireta do integralismo e do corporativismo – de inspiração fascista de Salgado Filho, o qual, na época, propugnava exatamente a exacerbação nacionalista em todas as áreas da atividade nacional, que indiscriminadamente, sem fronteiras, sem padrões de autenticidade, desde a interpretação ou fundamentado respeito, seja à etimologia, aos fatos concretos ou históricos, da. ciência ao trabalho, à indústria, à agricultura, à gramática, ao léxico, à sociologia, à literatura, não restavam escrúpulos à sua malfadada e anti-democrática interferência..
Infelizmente resquícios dessa triste influência e atmosfera se fez sentir, por décadas e décadas e em certas áreas ainda permanece, a nefasta “sociologia” de comparação ufanista de valores, tais como: país maior do mundo, tão grande como, o de futuro mais promissor, do gigante adormecido, do mais e melhor em muitas áreas, do futebol ao Carnaval, às riquezas potenciais, à decantada e encantada dengosa mulata brasileira, ao seu povo cordato, sem racismo, pacífico, vivendo em meio a alusões à lenda do Paraizo Terrestre, sem a devida consideração ética e objetiva das reais circundantes realidades próprias ou alheias. Por que razão “cabreuvense” seria de origem espúria, nada menos que espúria, palavra que segundo o próprio dicionário Houaiss, de um dos mais consagrados membros dessa mesma egrégia Academia Brasileira de Letras, e de outros, como o pai de todos os dicionários o Lello Universal, definem como adjetivo:
ESPÚRIO:
1 não genuíno; suposto, hipotético
2 ilegítimo, bastardoEx.:
3 que não pertence ao vernáculo; não castiçoEx.: palavra e.
4 falsificado, alterado, adulteradoEx.: uísque e.
5 que não está de acordo com as leis ou a ética; ilegal, desonesto, ilegítimoEx.:
6 que não é de autoria da pessoa à qual é atribuídoEx.: quadro e.
Portanto à expressão “cabreuvense” não pode ser de forma alguma, como foi levianamente considerada no artigo editorial crítico do Jornal referido, de espúria, ou seja imprópria, “alterada, falsificada, adulterada” . Pelo contrário, está revestida da mais pura e autêntica legitimidade, histórica, etimológica e gramatical!. . .
Convenhamos, é um exagero! Excesso ou descuido de linguagem, apenas explicável como conseqüência óbvia de paixão ou exacerbado gosto pela tradição, bairrismo, entusiasmo, ou simples preferência por esta ou aquela inadvertida ou teimosa forma de expressar-se pretensa e corretamente, se não exacerbação oportunista e maliciosa de objetivação política. O gosto ou preferência de cada um deve ser necessariamente respeitado e reconhecido por todos, sobretudo se não for dolosamente descriminante.
Há sempre formas e costumes grafados de maneira mais agradável que outras, susceptíveis de favorecer ou agradar ao ouvido de uns e de outros. Para isso há regras, disciplinas, hábitos e costumes, como exige por outro lado uma boa educação e o apropriado uso e conhecimento da língua e não o abuso e uso libertário, condicionante e indiscriminado da língua. Usemos a forma correta que mais nos agrade, dentro da riquesa idiomática. Entretanto, obedientes às regras do léxico, sem imposição e absoluto exclusivismo.
Exclusivismo seria mero despotismo ultrapassado, desconsideração dos valores em jogo, ou intencional desconhecimento, abstração das verdadeiras e diversificadas formas, regras e oportunidades que inspiram, enriquecem, embelezam e recomendam o bom uso da linguagem corrente. Porque razão então seguindo o mesmo critério, indaiatubense, saltense, campinense, jundiaense, arujaense, araraquarense, lisbonense ou lisboeta, recifense, portuense, jaçanaense, cajamarense, itupevense, itatiaiense, itatibense e tantos mais “enses” por aí afora nesse imenso Brasil e no pequenino Portugal de gloriosa origem da língua. estruturada, alinhavada, enriquecida por Camões, Eça de Queiróz, Herculano, Fernando Pessoa, e tantos outros gloriosos, estariam fadados a essa “espúria” descriminação ou condição de ilegitimidade?
Não será mais fácil, culto e equânime admitir a equivalência e propriedade em ambas as expressões, quando ditas espontaneamente, quando for conveniente ou próprio? Para quê fazer rebuscadas, exóticas críticas, impropriamente fundamentadas e ultrapassadas argumentações?
Não se trata de saber o que veio antes ou depois: O ovo ou a galinha. É uma questão de riqueza cultural que deve ser preservada e jamais mutilada ou desviada do verdadeiro foco, por bairrismos, radicalidades supérfluas ou injustificáveis maneirismos de dúbia origem ou intenção.
Muitíssimo menos se houver a intenção de desqualificar quem o diz, quando afinal diz com propriedade e correção.
Negar simplesmente como espúria, tão insensata e declaradamente por jornal em editorial, uma forma perfeitamente legítima e consagrada histórica e universalmente, expressão própria, culta e adequada, dando a outra a exclusividade pretendida, é no mínimo uma capciosa, ilógica opção ou preferência pelo consumo ou uso limitador da linguagem rica e versátil que possuímos, como é a que nos oferece a língua portuguesa.
Essa desconsideração certamente não corresponde a um verdadeiro respeito, zelo, amor e empenho cultural pela propriedade e amplitude da verdade democrático republicana, tremendamente rica na multi-expressividade e tradição da língua.
Ir. Erasmo Figueira Chaves
Presidente Emérito da Academia Paulistana Maçônica de Letras
Titular da cadeira nº 31 (cujo patrono é Cesário Motta Júnior) da Academia Ituana de Letras
Membro da Academia de História Militar.
Presidente fundador da Sociedade Cabreuvana de Cultura

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Maná da 2a. - Investindo na Capacitação de Outros

Minha esposa Louise e eu estivemos fora da cidade por alguns dias. Ao retornar à nossa Cafeteria e notei uma banqueta de bar no quarto dos fundos. Tinha sido colocada lá por causa de alguns parafusos frouxos. Peguei uma chave de fenda, apertei os parafusos e coloquei-a de volta ao balcão, deixando-a outra vez disponível para nossos clientes. Foi quando me ocorreu que qualquer um de nossos 15 empregados teria sido capaz de apertar esses parafusos e consertar a banqueta. Mas, em vez de esperar que um deles tomasse essa iniciativa, entrei em ação.

Quando contei esse episódio para outros proprietários de pequenos negócios, concordaram que esse tipo de problema é comum. Nos tornamos tão acostumados a resolver problemas, que inadvertidamente habituamos nosso pessoal a esperar que abordemos seus problemas, não importa o quão pequenos possam ser.

Me dei conta de que, não permitindo ou não insistindo que outros solucionem os problemas quando eles ocorrem, crio muito mais trabalho para mim e, ao mesmo tempo, impeço o crescimento do negócio e dos funcionários. Talvez por isso muitas empresas exigem que uma nova pessoa assuma a liderança, para que o negócio cresça e atinja nível mais elevado. O empresário fundador simplesmente não está disposto – ou não está capacitado – a delegar responsabilidades de modo apropriado. Creio ter aprendido a lição, mas a verdade é que fazer as coisas eu mesmo já faz parte da minha estrutura. “Capacitar” outras pessoas não é algo fácil para mim.

Parece que, em se tratando de negócios, há basicamente dois tipos de pessoas: (1) o tipo corporativo, que pode dizer com facilidade: “Este não é meu trabalho” e, (2) o tipo empresarial, como eu, que pensa que tudo é trabalho dele. Pela minha experiência parece difícil encontrar um terreno intermediário.

A capacitação de outros – delegação de autoridade e responsabilidade – é tema recorrente na Bíblia. No livro de Gênesis, Deus levou Noé a construir uma arca para se tornar um santuário para sua família e os animais que seriam preservados do dilúvio (Gênesis 6:9-22). Antes disso, lemos sobre a criação do mundo por Deus. Portanto, teria seria bem fácil para Deus construir a arca Ele mesmo. Ao invés disso, Ele atribuiu essa tarefa a Noé. Na libertação dos israelitas da tirania do Egito, Deus guiou Moisés para ser Seu mensageiro e guiasse o povo à Terra Prometida. Depois de permitir que Moisés avistasse a Terra Prometida do alto do monte Nebo, Deus delegou essa responsabilidade para Josué, assistente de Moisés.

O maior exemplo de líder delegando autoridade é encontrado depois da ressurreição de Jesus e Seu aparecimento aos Seus seguidores. Pouco antes de Sua ascensão, Ele lhes disse: “Foi-me dada toda a autoridade nos céus e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, ensinando-os a obedecer a tudo o que Eu lhes ordenei” (Mateus 28.18-20).

Se o Deus Todo-Poderoso acha apropriado delegar parte do Seu trabalho a outros, não deveríamos fazer o mesmo?

Próxima semana tem mais!

Texto de autoria de Jim Mathis, diretor executivo do CBMC em Kansas, Missouri e que, em conjunto com a esposa Louise, dirige uma Cafeteria. Tradução de Mércia Padovani. Revisão e adaptação J. Sergio Fortes (fortes@cbmc.org.br).

MANÁ DA SEGUNDA® é uma edição semanal do CBMC INTERNATIONAL, uma organização de âmbito mundial, não-denominacional, fundada em 1930, com o propósito de compartilhar Jesus Cristo com a comunidade profissional e empresarial.

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS PARA CBMC BRASIL , CP. 1515, Barueri, SP, 06493-970. E-mail: liong@cbmc.org.br -A distribuição em sua íntegra é desejável, mas a reprodução parcial ou integral requer prévia autorização. Disponível também em alemão, espanhol, francês, inglês, italiano e japonês.
Questões Para Reflexão/Discussão

1. Em que tipo de empresário você se enquadra: o tipo corporativo, que diz “Isto não é meu trabalho”, ou o tipo empresarial disposto a fazer o trabalho dos outros?

2. Por que é tão difícil delegar responsabilidade e autoridade para outras pessoas? Você se lembra da vez em que alguém relutou em confiar-lhe uma responsabilidade que você sentia ter conquistado? Como você se sentiu?

3. Que acha dos exemplos citados da Bíblia, em que Deus delegou autoridade e responsabilidade para outras pessoas? Como compararia isso com as circunstâncias do seu cotidiano?

4. Você se lembra de situações em que deixou de delegar a outros um trabalho, de que eram perfeitamente capazes de realizar? Como você poderia ter evitado isso?

Se desejar analisar outras passagens sobre esse assunto, consulte: II Reis 2.1-22; Mateus 10.1-16; Colossenses 4.7-9; I Tessalonicenses 3.1-5.

terça-feira, 22 de abril de 2008

O DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA

Matéria apresentada pelo Ir. Arthur Aveline - MM
ARLS Dos Obreiros da Arte Real nº 154
Porto Alegre - RS
GLMERGS


O progresso da Humanidade tem seu início na aplicação das leis de justiça, de amor e de caridade. Princípios sempre defendidos por nossa Sublime Instituição que, justamente por isso, é considerada progressista. Aonde não há Justiça e amor vigora a barbárie e a violência. A Justiça nada mais é do que o respeito ao direito de cada um. É a base para a convivência em sociedade, por conseqüência, mola mestra do desenvolvimento. O amor, por sua vez, substituiu o personalismo. É o triunfo sobre o ego, já que o amor, por definição, é incondicional e não exige retorno.

O amor, juntamente com a Justiça, é outra conquista importante do homem no interminável processo de evolução. O amor é elemento fundamental — um verdadeiro alicerce — na formação de uma personalidade sadia; gera e incentiva um comportamento equilibrado. Uma criança amada é mais confiante em si mesma, tem mais auto-estima, por isso desenvolve seu potencial de forma mais uniforme e rápida, transmitindo aos seus semelhantes o amor recebido.

Amar é ser consciencioso e fazer aos outros apenas o que deseja para si. Amar é compreender as fraquezas e defeitos do outro, é relevar seus erros e saber perdoar. Quem cresce sem amor fatalmente será um adulto seco e desprovido de compaixão, com um senso de justiça deturpado e deficiente.

A caridade é o terceiro ponto desse alicerce, estendido para outras fronteiras além do círculo familiar e fraternal do Homem e do Maçom. Para se viver a caridade precisa-se desenvolver virtudes.

E o que é virtude? Nosso rituais definem muito precisa e apropriadamente o que vem a ser virtude: "é uma disposição da alma que nos induz à prática do bem".

Construir Templos à virtude é cultivar a permanente disposição para querer o bem, é ter a coragem de assumir valores e enfrentar os obstáculos que dificultarão a subida, rumo ao conhecimento.

Logo, para vivenciar a justiça, o amor e a caridade é necessário antes de tudo ser virtuoso.

Platão, no século V a.c., já mostrava a virtude como esforço de purificação das paixões. Dizia que o compromisso do homem virtuoso está vinculado à razão que determina o exercício prático, o domínio do corpo.

Para Aristóteles, a virtude é a eqüidistância entre dois vícios: um por excesso, outro por falta. Ele nos alerta sobre a necessidade de sermos prudentes e buscarmos o justo meio, sem o excesso e sem a falta.

Só conseguiremos o justo meio a partir da reflexão sobre as duas partes, utilizando a razão, a justiça e o amor pra não haver enganos, a partir do auto-conhecimento, que nos proporcionará a consciência da nossa realidade atual, e assim, saindo das sombras da ignorância, poderemos atingir elevados patamares, desenvolvendo valores conquistados.

Esses valores e virtudes, indispensáveis no Maçom, são conquistados através da vontade, imbuída de razão. Se temos direitos, temos também deveres, e não somente para com os nossos IIr.:, para com nossos familiares, para com a sociedade, mas principalmente para com nós mesmos, para com o nosso trabalho interior, para o desbaste de nossa Pedra Bruta. A síntese desses deveres está em cumprir com nossa obrigação, para conosco e para com nossos Irmãos. Não podemos somente ser Luz no caminho alheio, temos que, antes de nada, ser Luz no nosso próprio caminho.

Muitas vezes esquecemos de olhar para nós mesmos, em se tratando de mudanças e transformações. Exigimos que os outros mudem, sem no entanto, fazer nada para sair de onde estamos. Não deve haver lugar em nossos Templos para a hipocrisia, para a luta pelo poder, para a vaidade.

E a virtude onde fica? E a Fraternidade, o objetivo de servir, de ser caridoso? Será que esse nunca foi o objetivo? Teria sido apenas uma Luz que se apagou? Onde estão nossos valores, sempre ensinados mas nem sempre empregados?

Na verdadeira Maçonaria não deve haver espaço para brigas por cargos, para a disputa política. A verdadeira Maçonaria é aquela em que vivenciamos o Amor, a Fraternidade, a Verdade, o Dever e o Direito. A verdadeira Maçonaria é aquela que nos proporciona o prazer indescritível de abraçar um Irmão; é aquela que faz com que a convivência fraternal seja um prazer e não uma obrigação semanal.

Precisamos reavaliar nossas atitudes, nossos comportamentos e valores. Estamos realizando o trabalho que chamamos maçônico com respeito e humildade ou com arrogância e orgulho? Estamos realmente cumprindo o que juramos, de forma livre, quando conhecemos a V.: L.:? Estamos realmente cavando masmorras ao vício e levantando Templos à virtude?

Nossa Ordem precisa sair do imobilismo que se encontra. Precisamos, com união e respeito, debater mais nossos problemas em Loja; precisamos aprender a criticar e, principalmente, aprender a ouvir críticas; precisamos, acima de tudo, ser mais tolerantes com os outros e menos tolerantes com nós mesmos; precisamos desbastar nossa Pedra, não a do nosso Irmão.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

A Força de Vontade

Trabalho apresentado pelo Ir. Adelmar Batista de Souza, A.M.
Existe na arte da Engenharia, entre muitas regras básicas, todas obedientes às leis da Matemática a classificação de “vigas mestras”. São aquelas partes sumamente importantes da construção, que protegem e sustentam o edifício.
De igual modo, nas ciências, nas letras e em todas as artes, deve haver uma base sustentadora, sem o que não é possível que elas prevaleçam e evoluam.
Em se tratando da vida moral ou espiritual, no terreno das idéias, a escalada é, por semelhante modo, essencial dos primeiros fundamentos à mais alta concepção do reino espiritual.
Dissertemos, então, sobre o filosofismo maçônico, em torno de vigas mestras do verdadeiro maçom. Mostremos como se deve conceber, dentro dos ensinamentos mais expressivos da Sublime Ordem, o caráter moral e espiritual de um genuíno obreiro.
Vejamos o que a Maçonaria deve esperar de seus filhos. E que sejam varões do altíssimo gabarito moral para que se enquadrem perfeitamente dentro das linhas diretrizes do seu filosofismo sadio e construtor.
E para que o maçom seja realmente modelo de cidadão perfeito, em plena sincronia com essas idéias, mister se faz que conheça e ponha em prática as virtudes mestras, que lhe poderão outorgar as forças necessárias para se firmar como coluna inabalável e indestrutível no edifício de sua vida moral.
Em qualquer atividade da vida, deve prevalecer extraordinária força de vontade para a eficiência do trabalho. Quem realiza qualquer tarefa sem a ela dedicar o máximo do seu esforço, certamente fracassará no cumprimento do dever. Isto acontece comumente em todos os setores da atividade humana e, muito mais, na vida moral e espiritual. O progresso na virtude é muito mais difícil que a evolução das ciências, das letras e das artes.
A força de vontade é a virtude preliminar capaz de sustentar o edifício de nossa vida moral, no combate aos vícios e às iniquidades humanas. Não basta, todavia, que o homem tenha a perfeição como ideal. Há muitos que canalizam suas energias, as boas intenções, mas ignoram o rumo a seguir, e acabam deixando-se vencer. Daí a necessidade de se cultivar a inteligência, atitude indispensável como auxílio poderoso à força de vontade, a fim de que o homem saiba quais os direitos e deveres no desempenho das suas múlti¬plas atividades, dentro e fora da Ordem Maçônica.
Muitos ignoram os mais comezinhos deveres porque não se dão ao trabalho de pensar, de ler e de meditar, e pouco se esforçam pela sua evolução mental, moral ou espiritual. A inteligência tem que ser cultivada para que o homem aprenda a raciocinar e solucionar os múltiplos problemas da existência. A mais importante das virtudes preliminares para a formação do homem perfeito, no entanto, é a sabedoria, vista pelo prisma da solidariedade humana.
Se o homem for dotado de força de vontade e inteligência cultivada, mas destituído da qualidade mais sublime do caráter que é a sabedoria ele será, consequentemente, pouco mais que um bruto.
Precisamos, portanto, nos conscientizar de que é nosso dever agir sabiamente, reconhecendo que nossos direitos cessam quando começam os alheios. Igualmente devemos entender que só devemos fazer ao próximo o que queremos que façam conosco. Não é difícil nos harmonizar com o próximo, revelando-lhe as faltas e auxiliando-o em seus revezes e amarguras.
O verdadeiro maçom é, pois, o que possui, preliminarmente, esta tríade como alicerces para sua vida.
Aprendamos, pois, com esta trilogia a conduzir nossas vidas, embasados neste espelho de virtudes divinas, que não só constituem os atributos da alma verdadeiramente maçônica, mas o patrimônio dos genuínos sábios que, segundo Deus, não compuseram no lamaçal das misérias humanas.
Bendita seja a milenar Maçonaria, que é uma das mais sublimes das instituições na face da terra.


FONTES:

- A Maçonaria de Hoje – Editora Papiruz – 1998
- Verdade e Consciência – Editora Moderna - 2000

domingo, 20 de abril de 2008

O perfil e o segredo de um Venerável justo e perfeito

Matéria desenvolvida pelo Ir. Valdemar Sansão
Anualmente é eleito pelos seus pares um novo Venerável Mestre que, entusiasmado pelo cargo, com as mãos cheias de enorme responsabilidade, faz a programação, nem sempre cumprida com o êxito desejado.

Isso se justifica pela falta de responsabilidade, de coragem, pelo desânimo, negligência, indiferença ou ausências às Sessões; pela inadimplência, ou seja, descumprimento de compromissos com a Tesouraria, pela falta de apoio, comprometimento, incompreensão e negação da devida atenção de alguns Irmãos.

Formalmente falando, buscamos para V.'.M.'. um homem sensato, de conduta ilibada, com as qualificações para ensinar e aprender a se desencumbir muito bem de sua função. É preciso iniciar a jornada pela base, pelo estudo, de modo a não nos faltar a paz, o equilíbrio e a tolerância para discernir quem será o melhor Candidato.

Alguém pode ser brilhante orador, professor, empresário, médico, juiz ou advogado, mas nem sempre pode ser qualificado para "guia dos Irmãos” de uma Loja Maçônica. Ter nome famoso, riqueza e posição social, dispor de força ou autoridade, não são qualificações para tal fim.
Devemos ter certeza que ele possui conhecimentos maçônicos, compreensão e prática da fé raciocinada que deverá nos transmitir para facilitar a jornada evolutiva de todo o quadro de obreiros da Loja.
A vaidade pode conduzir um homem a considerar-se poderoso e infalível, porém, os mais avisados sabem que na Maçonaria não existem "poderosos e infalíveis" e, sendo uma fraternidade, não há outra Instituição onde melhor se aplique o lema: “liberdade, igualdade, fraternidade”.

Um dos problemas internos das Lojas é que muitos Irmãos mais presunçosos e despreparados, depois de serem exaltados, deixam de estudar, achando que atingiram a “Plenitude Maçônica”.

Esses são os primeiros a cabalar com o objetivo de serem indicados candidatos ao cargo de V.'.M.'., tendo sucesso em Lojas que, sem critérios ou cuidados, promovem sua eleição, propiciando o desrespeito às tradições da Ordem por pura omissão, conivência ou até covardia.

Outras vezes Irmãos, por melindres, intrigas, ou apenas pela facilidade de magoar-se; pela satisfação de vaidades pessoais ou birra, trazem candidatos para o "trono de Salomão", tão somente voltados para seus relacionamentos. Pior ainda é que, eleitos e empossados, eles banalizam a ritualística, acham que mudar e inventar futilidades (abobrinhas) é sinônimo de modernização e inovação.

A Maçonaria, principalmente a anglo-saxônica, mostra-se completamente avessa, a esse e a tantos outros desvios de conduta e de proceder antimaçônico. Ameaçam, rugem, mais felizmente não mordem. Mesmo assim, depois vem o lamento pela má escolha, mas deles também é a responsabilidade da colheita daquilo que plantaram.

O que devemos fazer para ajudar a impedir o sucesso desses insensatos que faltam à fé jurada? É necessário que meditem sobre disciplina que envolve o estudo, a reflexão em torno dos princípios maçônicos, e o empenho responsável de renovação do verdadeiro maçom.

Ouvindo “o programa administrativo ou de trabalho” (plataforma dos candidatos); vendo o modo como se comportaram nos cargos exercidos nos últimos anos; se aprenderam a melhor lidar com o diferente, considerando acima de tudo seu carisma, ou seja, suas qualidades especiais de liderança, derivadas de individualidade excepcional, somando o conjunto dessas e outras qualidades, podem avaliar e melhor determinar se o candidato está apto para assumir esse desafio.

É imprescindível considerar entre seus procedimentos, o conhecimento doutrinário; se chefia sua família de maneira ajustada; se sua condição financeira é digna, estável, etc. Quanto mais claramente conseguirmos ver as qualidades do candidato, mais valioso ele se torna para nós.

Uma escolha apressada de alguém desqualificado poderá trazer resultados muitas vezes desastrosos. Não bastam anos de frequência às reuniões ou a leitura de alguns livros maçônicos, para dominar-se o conhecimento exigido.

Para pleitear o honroso cargo, é preciso estudar – única forma de alcançar o aprendizado - porque aprender é, evidentemente, um ato de humildade. Mas para adquirir sabedoria, é preciso observar. Só assim conseguiremos, ao invés de colocar o homem no centro de tudo, descobrir o tudo que está no centro do homem.

O candidato quando bem selecionado, pode desempenhar essa missão gloriosa, conduzindo-a com mãos suficientemente fortes para afagar e aplaudir; sabedoria para ensinar e modéstia para aprender, e por este conhecimento, fazer-se paciente, puro, pacífico e justo; adquirindo a aptdão de reconhecer o seu limitado poder e abundantes erros; sua capacidade e suas falhas; seus direitos e deveres; dispor de força para, ciente de tudo isso, se livrar das paixões humanas e assim adquirir a antevisão e o equilíbrio necessários para se desencumbir muito bem dos obstáculos em seu Veneralato, levando Paz, Amor Fraternal e Progresso à sua Loja.

O V.'. M.'. escolhido tem que ser um lider agregador que entusiasma seus Irmãos pelo devotamento e abnegação à Maçonaria. Os grandes Mestres sabem ser severos e rigorosos sem renegarem a mais perfeita benevolência. Trata os Ilr.'. da forma como deseja ser tratado e ajuda-os a se tornarem o que são capazes de ser: filhos amados do Criador do Universo, portanto IRMÃOS.

Agradece os Ilr.'. pela oportunidade de evoluir junto a todos; procura respostas dentro de si mesmo; refaz suas crenças, redime equívocos e culpas; regenera erros e falhas, distribui perdão; espalha as sementes da harmonia, da concórdia e da felicidade que contaminam a Loja, que é a soma de valores do conjunto dos Irmãos do quadro, o sinal que marca a direção do aperfeiçoamento; valoriza tudo de bom e o melhor que existe em cada Obreiro. Ama todos os sonhos que calam os corações de Irmãos constrangidos, humildes, que sentem e não falam.

Na sua função, todas as realizações, todos os sucessos ou insucessos serão frutos da sementeira já plantada ou das circunstâncias forjadas por seu próprio comportamento.

Mas seria cômodo transferir tudo que o desagradou à ação de ex-Veneráveis e fugir de responsabilidades, quase sempre justificando seus erros com erros dos outro? Não, isso não seria conduta de um Maçom e muito menos do Venerável justo e perfeito.

Todo V.'. M.'.deseja o crescimento, o melhoramento, o progresso de sua Loja. Para tanto precisa ter projetos (planejamento, metas e meios), não só quanto à formação de sua administração (onde o que um não faz, o outro faz. Assim cada um tem seu papel útil a desempenhar); à previsão do trabalho e envolvimento de todos na ação filantrópica; a reunião dos mais íntimos com ele afinados, e que juntos possam formar um quadro coeso, de Irmãos compreensivos e amorosos que o ajudem a superar o peso das decisões que caiam sobre seus ombros. A eles poderá pedir conselhos, orientação e apoio, que, certamente, jamais lhes serão recusados.

Não deve se considerar com poderes absolutos e independentes, nem esquecer que seus poderes são claramente especificados e delimitados pelo Estatuto da Obediência e aos usos e costumes da Ordem. Ele não só está obrigado a se pautar por essas obrigações estatutárias, mas tem de respeitá-Ias, devido à sua condição especial de Venerável Mestre da Loja.

Precisa compreender que ao outro assiste o direito de ter opinião contrária à sua. Deve procurar criar uma empatia com o crítico, ver o assunto do ponto de vista dele, manifestando entender o seu sentimento. Sendo todos iguais, ninguém é mais forte ou mais fraco e deixa que perceba isso.
Assim ele compreenderá que o seu direito de opinar está sendo respeitado.

Quando um Irmão necessita falar ouve-o; quando acha que vai cair, ampara-o; quando pensa em desistir, estimula-o.

A bondade e a confiança de seus pares que o elevaram a essa posição de destaque, exige ser usada com sabedoria, aplicando-a no comprometimento da justiça, nunca na causa da opressão.
Administrará sua Loja com afeição, cortesia, boa vontade e amizade, nunca impondo o poder pelo argumento da força.

No desempenho de sua função terá sempre à vista que ninguém vence sozinho, mas jamais permanecerá na ofuscação das influências dos que o apoiaram ou se deixará dominar por qualquer tentativa de predominância.
Ele como V.’.M.’. é responsável por tudo o que acontecer de certo ou de errado em sua Loja. Por mais que se queixe da “herança perversa recebida” de seu antecessor; de Iniciações de candidatos mal selecionados, fardos que agora estão sobre sua carga; de Irmãos que faltam ao sigilo, à disciplina; da desorganização da Secretaria e da Tesouraria da Loja, que motivam contrariedades, causam prejuízos de ordem moral e monetária de difícil reajustamento. Deve verificar antes o que ele tem feito para modificar, agilizar e melhorar esse quadro.

A condução de uma Loja dá trabalho, requer paciência, é como se fossemos tecer uma colcha de retalhos, tratar de um jardim, cuidar de uma criança. Deve ser feita com destreza, dedicação, vontade e habilidade.

Forçado é perceber que possuímos em nossos Irmãos os reflexos de nós mesmos. Cabe-nos, por isso mesmo tentar compreendê-los, pela própria consciência, para poder extirpar espinhos, separar as coisas daninhas, ruins, que surgem entre as boas que semeamos no solo bendito do tempo e da vida que se não forem bem cuidadas serão corrompidas.

A todos fala, mas poucos o ouvem. A todos ensina, mas poucos o compreendem. A todos chama, esperando que alguém o ajude, mas poucos o atendem. Contudo sabe que não está só, que há muitos Irmãos (a maioria) compartilhando seu amor para acontecer a Fraternidade Universal.

Quando o V.'. M.'. lança a semente da união, chame-o fraternidade.

Quando nos convida a analisar nossos feitos para reconhecer erros cometidos, chame-o consciência.

Quando aos defeitos alheios pede paciência, chame-o indulgência.

Quando floresce um sentimento puro de amizade aos olhos de todos, chame-o amor.

Quando aos nossos erros, incompreensões, medos, desânimos, perdoa de boa vontade, chame-o bondade.

Quando a cada um deixa que receba segundo os seus atos, chame-os justiça.

Quando nos lábios de um Irmão aparecer um sorriso, e mais outro, sorri junto, mesmo de coisas pequenas para provar ao mundo que quer oferecer o melhor, chame-o felicidade.

Quando valoriza a ritualística, o simbolismo, utilizando as Sessões Ordinárias como uma forma objetiva de instruir o Irmão, incentivando o estudo e a discussão de tudo que seja relevante para a Ordem em particular e para a sociedade em geral, chame-o instrutor.

Quando estimula os Irmãos a apresentarem trabalhos de conteúdo, elaborados por eles, e reprova simplesmente cópias retiradas de livros, revistas ou Internet, e o que é ainda mais inconveniente, insensato e desastroso, o recurso do plágio, ou seja, a cópia ou imitação do trabalho alheio, sem menção do legitimo autor, aí sim, pode chamá-lo Mestre.

Mestre sim, porque, sempre independente, nunca perde a alegria, nunca se acomoda e, como fiel condutor que representa o grupo, que ocupa a primeira posição de comando, isto é, comanda (manda com) seus liderados em qualquer linha de idéia, chame-o lider.

Quando ao sair das reuniões cada um de nós se sinta fortalecido na prática da Arte Real, do bem e do amor ao próximo, pode chamar o local de Loja Maçônica Regular, Justa e Perfeita.

Acabando a tristeza e a preocupação, surge então a força, a esperança, a alegria, a confiança, a coragem, o equilíbrio, a responsabilidade, a tolerância, o bom humor, de modo que a veemência e a determinação se tornam contagiantes, mas não esquecendo o perigo que representa a falta do entusiasmo que também contagia.

E, finalmente, ao se aproximar o término de seu Veneralato, faz uma reflexão sobre quais foram as atitudes reais de benemerência que vem tomando? (aqui nos referimos a auxílio financeiro a alguma Instituição filantrópica), falamos principalmente do "ombro amigo" na hora necessária, ou o empréstimo de seu ouvido para que as queixas fossem depositadas?

Esta não é a enumeração de todas as qualidades que distinguem o Venerável Mestre ideal, mas todo aquele que se esforce em possuí-las, está no caminho que conduz a todas as outras.

Agradeça caríssimo Irmão, toda a coragem nos momentos de tensão, o socorro da luz nos momentos de desânimo que sempre pode contar com verdadeiros Irmãos em seu Veneralato.

Nunca deixe de agradecer por ter sido a ferramenta, o instrumento de trabalho criado por Deus, usado como símbolo da moralidade, para trazer luz, calor, paz, sabedoria, beleza para muitos corações e amor sem medida no caminho de tantos Irmãos como sem medida foi por eles amado.

Encerrando o seu mandato, que consiga afirmar a todos os obreiros de sua Loja: "não sinto que caminhei só. Obrigado por estarem comigo. Obrigado por me demonstrarem quanto bem me querem. Eu também os quero bem.
Gostaria de continuar, mas é tempo de "passar o malhete" e dizer: MISSÃO CUMPRIDA!"

Em nossas reflexões, que o amor desperte em nossos corações e juntos, com os olhos voltados para frente, consigamos tenacidade para construir o presente e audácia para arquitetar o futuro, por isso, NUNCA DEIXAREMOS NOSSO VENERÁVEL LUTAR E CAMINHAR SÓ!

Se todos nós desejamos ser felizes, devemos ter sempre em mente o provérbio, que diz: "Ao se dividir o amor, multiplica-se a felicidade”.

A fim de vermos no Venerável Mestre de nossa Loja e em cada criatura, um Irmão a quem devemos dar as mãos para a renovação da confiança no Grande Arquiteto do Universo.

Agora você entende o perfil e o segredo de um Venerável justo e perfeito?

sábado, 19 de abril de 2008

Vivendo em uma cultura de isolamento

Kleber, Roberto e Geraldo compartilhando de momentos de confraternização e amizade - 23/03/2008
Os homens são notórios por terem conhecidos, parceiros de equipe, sócios em negócios, clientes, parceiros de golfe, colegas de futebol e companheiros de pescaria - todos relacionamentos que vão tão fundo quanto a fina camada de gelo que permanece acima da camada de água em um açude congelado durante o rigoroso inverno do hemisfério do norte.
Em nosso país, assim como em muitos outros, os homens são criados de modo a cultivarem uma cultura que os tornam e os mantém solitários e sem amizades aprofundadas, até mesmo se isto significar um isolamento quase que total das outras pessoas.

Em boa parcela, esta cultura deve-se a uma série de fatores que dificultam os homens a fazerem e manterem relacionamentos com outros homens. incluindo o fato que os mais jovens são encorajados a suprimir as suas emoções, a serem competitivos, a manter suas necessidades pessoais e aspirações bem dentro de si mesmos e a procurar desempenhar modelos de papeis que são independentes e impessoais.

De fato, muitos homens consideram ser normal o isolamento social ao ponto de, quando submetidos a uma pesquisa se possuem amigos próximos, muitos deles ficam perplexos com a questão e a resposta é: Não, por que? Eu deveria?

No livro Homens: Um livro para Mulheres, James Wagenvoord escreveu um credo para "homens de verdade", claro que da boca para fora, baseado no modo e nos insights de como eles (nós) são (somos) trazidos para este tipo de cultura.

A medida que você estiver lendo o tal credo, transcrito logo abaixo, pense acerca de como cada uma destas atitudes trabalha contra a formação de relacionamentos intimos:

- Êle (eu) não chorará
- Êle (eu) não demonstrará fraqueza
- Êle (eu) não necessitará de afeição ou de gentilezas ou de calorosidade
- Êle (eu) confortará, mas não deseja ser confortado
- Êle (eu) será solicitado, mas não solicitará
- Êle (eu) será tocará, mas não será tocado
- Êle (eu) será aço, não carne
- Êle (eu) será inviolável na sua masculinidade
e Êle (eu) permanecerá sózinho.
Como se pode perceber, tal forma de pensar é uma formula para um verdadeiro desastre relacional. Alimentado por este tipo de condicionamento social e o incremento da falta de raizes da nossa sociedade, pode-se dizer que a solidão está se tornando uma doença nacional.

Não surpreendentemente, existe um custo (ás vezes extremamente alto) para tudo isto. O Dr. James Lynch, em O Coração Partido, cita estatisticas mostrando que adultos sem relacionamentos profundos tem uma taxa de morte duas vezes mais alta que aqueles que apreciam interações regulares de cuidado com outros.

Ironicamente, vivemos em uma cultura na qual muitas pessoas escrupulosamente monitoram a sua ingestão de colesterol e consumo de calorias, mas ao mesmo tempo sem qualquer consideração ignoram a sua vida relacional, que, segundo cientistas, tem mais impacto na sua saúde física que obesidade, fumo, pressão sanguínea alta e falta de exercício.

Neste contexto, uma pergunta importante surge em nossa mente:

Sendo a Maçonaria uma entidade que possui e promove uma intensa interação entre os seus membros, ou seja, de caráter eminentemente relacional será que os Maçons, então, sabem ou aprendem a lidar melhor com estas questões e estão livres deste mal: a solidão?

Os relacionamentos desenvolvidos em nossas Loja são realmente fonte e instrumento para a "cura" das nossas falhas culturais no campo do relacionamento com outras pessoas, proporcionando a formação de amizades dinâmicas, consistentes, afetuosas e, principalmente, fraternas e duradouras?
Lamentavelmente, creio que o desenvolvimento e florescimento de relacionamentos deste tipo no seio das Lojas está muito aquém do desejado pelas verdadeiras e genuinas lideranças maçônicas.

Por este motivo, pode-se observar um crescimento muito lento das Lojas, principalmente pelo fato de os relacionamentos acabam prejudicados pela surgimento de disputas menores - na maioria das vezes por cargos e por vaidades pessoais.

Muitos dizem que é preferivel ganhar-se em qualidade do que em quantidade. Esta frase acaba sendo uma grande e boa desculpa para "eliminar-se" aqueles que de uma forma ou outra podem vir a "produzir sombras" e atrapalhar os planos individualistas daqueles que não absorveram um dos pontos mais centrais da doutrina maçônica, resumidos pela trilogia Amor Fraternal, Alívio e Verdade!

Poucas lideranças maçônicas se dão ao trabalho de raciocinar, de modo a desenvolver estratégias que permitam combinar, de modo harmonioso, a qualidade do homem que é escolhido para ingressar na Maçonaria sem contudo, de modo pré-concebido e tendencioso, ter como premissa que limitar a quantidade é um dos fatores de sucesso para a estabilidade da sua Loja.

Como as Lojas poderão alcançar a necessária maturidade para saber avaliar os riscos e as recompensas de uma comunidade mais numerosa?

Este e outros temas serão abordados no Blog do Salmo133 em outras publicações que estou preparando. Convido a você, que nos prestigia com a leitura deste material de estudos, para nos incentivar com os seus comentários e, quem sabe, com outras materias ampliando este e outros temas de interesse maçônico.

Como nos ensina o Livro das Sagradas Escrituras, manter a convivência e o relacionamento sadio entre amigos que se reconhecem como irmãos é uma prática abençoada pelo G.A.D.U ...

"Oh Quão bom e quão suave é habitarem em união os irmãos!"
Salmo 133:1