quarta-feira, 24 de novembro de 2010

The Case for a Creator - A Investigação por um Criador



Como maçons acreditamos em um Deus pessoal e criador de tudo o que há no universo. A sequencia de vídeos, apresentando o autor americano Lee Strobel, busca respostas para a comprovação da existência desse Deus buscando apoio na ciência.

Espero que goste da abordagem dada ao tema.

Desculpe pela ausência de uma versão em Português. Bom estudo!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

SAUDAÇÃO À BANDEIRA NACIONAL

Pendão Nacional Brasileiro



e. figueiredo (*)

Bandeira do Brasil !

Auriflama de um País, grande pelo trabalho e pelo amor de seus filhos; admirável pelas maravilhas da sua natureza; opulento pela exuberância de sua flora e riqueza do seu solo; hospitaleiro, pela simplicidade e bondade do seu povo; promissor, pelo brilhante futuro que assegura a todos que produzem !

Bandeira do Brasil !

És emblema de uma Nação! És o palpitante coração da Pátria! Onde estás está o Brasil: o verde dos campos, o ouro do sol, o azul dos céus e o branco da paz! És onipresente: do Amazonas ao Rio Grande do Sul! És onipotente, porque não é o dístico de um partido, mas o lábaro de todo um povo!

Bandeira do Brasil !

Nós te honramos com veneração de um culto, com os ofertórios de um ato sacramental! Sempre recolhestes em Ti a tradição de nosso povo! Glória a Ti, imagem viva da Pátria, desta terra privilegiada, que temos de servir diariamente com vocação da disciplina, do trabalho, da renúncia e do sacrifício! Glória aos que te serviram na Paz e na Guerra! Glória aos que se iluminaram no sacrifício, pela tua Grandeza e pela tua Honra.

Bandeira do Brasil !

Quando te exaltamos, nestas horas eucarísticas em que a oratória se torna sagrada, oh! bandeira resplandecente de luzes, pressentimos conosco a presença de nossos heróis; afirma-se em nossa alma a determinação de servir-te sempre e canta em nosso coração a fé transbordante nos destinos da Pátria, que divisamos vitoriosa, percorrendo o itinerário da opulência e do triunfo!

Bandeira do Brasil !

Como prova do respeito à tradicional regra que nos impõe o dever de amar e defender o teu solo; inspira com tua divisa “ORDEM E PROGRESSO” a disciplina que a fraternidade e a evolução, como lei básica da perfectibilidade: lábaro deste Brasil fecundo e prodigioso; símbolo deste Brasil que sentimos como parte do nosso ser, de nossa vida; auriverde pendão desta grande Pátria, nós te saudamos, nós te veneramos, nós te defenderemos!

Bandeira do Brasil !

(Compilado de um texto do livro CHAVE DOS MESTRES,
de Apolinário Pinheiro Moreira)


(*) E. Figueiredo é membro do CERAT – Clube Epistolar Real Arco do Templo e obreiro da A.R.L.S. VERDADEIROS IRMÃOS, No. 669 – Oriente de São Paulo

Nova Colaboração
Quarta, 28 Outubro 2009
No próximo dia 6 de Novembro iniciaremos a publicação de algumas pranchas do I:.Espedicto Figueiredo Rillo, um I:. brasileiro que nos contactou e que é autor de pranchas de elevado conteúdo maçónico. Sendo este um website dirigido à...

sábado, 13 de novembro de 2010

O ABORTO E A MAÇONARIA


Dentre tantas temáticas interessantes e pertinentes para discussão em Loja, cremos ser a questão do aborto, a favor ou contra, muito propicia e mesmo fascinante.

Para tanto, poderemos deixar em segundo plano, os aspectos puramente legais a fim de que possamos nos ater mais especificamente às áreas filosóficas, de moral e ética, e também transcendentais, mais afetas a nosso meio.

Temos entre outros princípios doutrinários, o de respeito à vida.

Igualmente, não menos importante, os direito à liberdade e individualidade.

Cremos também no principio Criador, num ser ou entidade superior e por extensão, na imortalidade da alma.

Este artigo não tem a pretensão do estabelecimento de dogmas, ou uma “receita” em tal área tão complexa, mas apenas a de suscitar a dialética. Seria, portanto, muito oportuno, um debate na Oficina, visando identificação do posicionamento de cada nobre Irmão.

Assim, neste espaço, vamos tão somente, apresentar alguns aspectos objetivando propiciar trilhas para tão fascinante questão.

Quando identificamos que todos têm direito à vida, precisamos estabelecer na verdade, certos parâmetros para tal.

De quais vidas estão-se falando? De todas elas, de todos os seres vivos? De todos os animais? De todas as plantas? Dos microorganismos e mesmo bactérias? Presumivelmente não. Estabelecemos como área limite, a vida dos seres humanos.

Assim, por excelência, não somos contrários ao abate dos animais, para satisfação de nossas necessidades fisiológicas, mesmo aquelas consideradas exageradas. Igualmente com relação às plantas e cereais as quais ingerimos sem o menor constrangimento.

A maioria de nós não hesitaria em exterminar qualquer bactéria que nos impusesse sofrimento e mesmo a morte.

É certo que nos tempos atuais, os seres humanos de caráter mais elevado, mais altruístico, entendendo melhor a cadeia da vida terrena, criticam os exageros praticados pela humanidade; alguma coisa tem logrado êxito neste sentido, mas falta muito mesmo para atingirmos um grau de civilidade mais racional e defensável à luz da posteridade.

Vale lembrar ainda que de acordo com as últimas pesquisas científicas, o grau de proximidade de nosso código genético com os chipanzés e camundongos ultrapassam noventa e cinco por cento, mas trata-se aí de outra e perigosa área de analise.

Então em nossas hostes, poderíamos simplificar tal assertiva, restringindo tal ideal, pelo menos por hora, concernente a vida dos seres humanos.

Ultrapassada tal etapa, temos outra questão igualmente delicada. Acreditamos e pregamos o principio Criador, a imortalidade da alma; obviamente, estabelecemos que todo humano além de matéria, compõe-se também de espírito, ou alma como apregoam muitos.

Quando surge a alma nos seres humanos? No momento da concepção? Depois que o feto é formado? Quando nasce efetivamente, ou algum tempo depois do nascimento?

A identificação da existência da alma, não é de hoje, mas já pertencente há muitas culturas antigas. Por exemplo, em Ilíada, de Homero, há várias citações quando o combatente ia desta para melhor, o uso da expressão: - “escapou-lhe a alma”.

Poder-se-ia inferir inclusive, que uma vida, só poderia receber tal identificação, quando estivesse completa, isto é, corpo e alma.

Talvez resida aí, uma sub-temática, interessante para os Irmãos debaterem, notadamente aqueles mais espiritualistas que crêem inclusive na chamada “reencarnação”. Quando eles chegam de outro plano e se incorporam aos seres? Durante a gestação? Antes? Depois?

Certamente nenhum de nós poderia responder conclusivamente a tão difícil argüição, mas ao menos poderá suscitar interessante questionamento.

Se, contudo formos mais pragmáticos, poder-se-ia observar, substancial diferença entre os seres humanos e todas as outras demais espécies. Consiste, justamente, em nossa capacidade intelectual. Em que pese que outros seres vivos, também a detém, são tão substanciais as diferenças, que poderemos com assegurado grau de certeza, estabelecer esta linha limite.

Nosso cérebro propicia um grau de intelectualidade, que permite, não só o uso de ferramentas, mas de alta tecnologia, na física, química, matemática, astronomia, nas artes, e as demais áreas de conhecimento que não temos pares aqui neste planeta, muito embora, outros seres poderiam por em dúvida os benefícios gerais de tal intelectualização já que põe em risco não só a própria sobrevivência dos seres humanos, mas de todas as espécies no planeta, tal sua sanha predatória, homicida e desrespeitosa com o planeta, mas isto é outra história.

Então se podermos concluir com certo grau de segurança que o direito inalienável á vida é restrito aos seres humanos, em função de seu cérebro, por inferência, seria justo de supor que apenas quando tais seres estejam dotados de cérebros com capacidade elementar de processamento é que se pode pressupor que sejam humanos numa concepção mais ampla.

Como resultado de tais assertivas, a questão do direito à vida, e neste caso, da tratativa da legalidade do aborto, poderia ser restrita à quando o ser nascente fosse já dotado de cérebro e não no momento da concepção.

De acordo com as pesquisas médicas a respeito, as atividades cerebrais, tais como a concebem, ocorrem a partir do sexto mês de gravidez. Nessas condições, sob a plataforma aqui identificada, seria defensável a realização do aborto até aquele período.

Temos a considerar também que no passado, na maioria das culturas, a prática do aborto era livre. Tanto assim que, por exemplo, nas Escrituras, tão pródiga no estabelecimento de normas de conduta, alimentação etc., não há nenhuma menção à prática do aborto. Igualmente nos chamados Evangelhos.

De fato a postura da Igreja contra o aborto, no caso do feto já evoluído, só ocorreu em fins do século XIX.

Já para os protestantes, igualmente cristãos, a prática do aborto, foi combatida, mesmo quando se colocava em risco de vida a parturiente.

Se por um lado, temos que ao ser nascente deve haver o sagrado direito à vida, não menos verdade o direito a liberdade e o livre-arbítrio. Neste caso, não cabe a mulher o direito ou não de realizar o aborto, em condições higiênicas saudáveis, assegurado que o feto não tenha mais de seis meses de gestação?

Vale lembrar que o dever seguinte que pouca gente considera, reside no “a posteriori”. Afinal todo mundo tem uma mãe, mas muitos não têm um pai. Em geral o fardo da subsistência e educação da criança, na vacância, quase sempre recai sobre a mãe, na maior parte das culturas conhecidas.

Também poderia ser considerado, medidas mais eficazes que contribuíssem para diminuir a incidência de abortos de um modo geral. O controle da natalidade resultaria um razoável passo, visando à diminuição de tais aflições, em que pese o posicionamento da Igreja Católica contra, mas deve-se observar que o “depois”, fica por conta das mães e não da instituição, pois afinal, não se tem conhecimento que padres possam ovular, engravidar ou que sejam parturientes. Tal hipocrisia é que muitas vezes tende a arrastar a humanidade para trás.

Ainda assim, reconhecemos que tal temática embora apaixonante, é extremamente complexa e, portanto, mais do que nunca, ser ideal como tema de debates no templo que concebemos ser o da sabedoria.

Em tais condições, tal dialética pode contribuir favoravelmente durante os percalços que a nós próprios e a nossos entes queridos o destino possa reservar e mais que isso, no estabelecimento de um posicionamento da Maçonaria a respeito, muito pródiga nos dias atuais em discussões sobre festas de confraternização, ou se tal ritual diz isso ou aquilo, que afinal são interessantes e importantes, mas menores em relação aos compromissos que temos com a sociedade que nos cerca e com o mundo que pretendemos legar aos nossos descendentes...

Ariel Mariano
Ariel Mariano
Co-fundador Loja Libertas Salto, 637, membro da Academia Paulistana Maçônica de Letras.



Nota do Blog

"Um aborto ou interrupção da gravidez(ver terminologia) é a remoção ou expulsão prematura de um embrião ou feto do útero, resultando na sua morte ou sendo por esta causada.[1] Isto pode ocorrer de forma espontânea ou artificial, provocando-se o fim da gestação, e consequentemente o fim da vida do feto, mediante técnicas médicas, cirúrgicas entre outras.

Após 180 dias (seis meses) de gestação, quando o feto já é considerado viável, o processo tem a designação médica de parto prematuro.[2] A terminologia "aborto", entretanto, pode continuar a ser utilizada em geral, quando refere-se à indução da morte do feto.

Através da história, o aborto foi provocado por vários métodos diferentes e seus aspectos morais, éticos, legais e religiosos são objeto de intenso debate em diversas partes do mundo."


Para ler esta matéria completa, clique aqui.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O Maçom e o dia 15 de novembro

Alegoria da Repúlica
“Não basta dizer, tem que fazer!”
“Uma liderança se faz por dedicação, atitude e ação”.


Estes jargões muito nos lembram das obrigações que temos como construtores sociais, seja pela busca interior, sejam pelo desenvolvimento filosófico, religioso, ou outro meio intelectual. Em maior reflexão nos envia para a resposta que damos, ou seja, combatemos a ignorância, o fanatismo, buscamos a melhor e maior felicidade para a humanidade.

Dia 15 de novembro nos recorda que vivemos em uma Nação enorme e que tem orgulhosamente o nome de Brasil, até seu formato continental lembra um coração, aliás, um coração que tem grandes tesouros, grandes riquezas humanas, de solo e de subsolo.

A Bandeira brasileira nos lembra que vivemos em um País com 8,5 milhões de quilômetros quadrados, é o quinto em extensão, com razão é chamado mundialmente de país-continente. Então porque admitir tantos erros. Como Maçons temos que nos preocupar em muito com a falta de civilidade, com a falta de respeito às normas e regras constitucionais, de vilipêndios contra o direito e a moral, temos de nos preocupar com aqueles que aviltam a própria organização social e legal.

Lembro de um poema de Olavo Bilac que diz:

‘Ama com fé e orgulho a terra em que nasceste!
Criança! Não verás nenhum país como este.
Olha que céu! Que mar! Que rios! Que florestas!
A natureza aqui, perpetuamente em festa.
É um seio de mãe, a transbordar carinhos.
Vê que vida há no chão! Vê que vida há nos ninhos,
Que se balançam no ar, entre ramos inquietos.
Vê que luz! Que calor! ...
Criança, não verá país nenhum como este:
Imita, na grandeza, a terra em que nasceste!’


Meus Irmãos, está na hora de fazermos valer o desejo de um mundo melhor, cavando as masmorras contra tudo que está aí, ensinemos e orientemos para que a Nação Brasileira seja renovada na dignidade, na honra, na moral, em virtudes.

A República teve muito em haver com a Maçonaria, assim renovo os votos para que naquele exemplo, este 15 de novembro seja um marco em nossas ações e atitudes.

O Brasil merece respeito, nós merecemos respeito, lembremos da romã que não existem privilégios entre as sementes e todas têm seu espaço e direito garantidos.

São Paulo, 10 de novembro de 2.010


José Paulo Scannapieco
M.I., 33o.



Nota do BLOG

"A Proclamação da República Brasileira(1889) foi um episódio da história do Brasil, ocorrido em 15 de novembro de 1889, que instaurou o regime republicano no Brasil, derrubando a monarquia do Império do Brasil, pondo fim à soberania do Imperador Dom Pedro II.

A Proclamação da República se deu no Rio de Janeiro, então capital do Império do Brasil, na praça da Aclamação, hoje Praça da República, quando um grupo de militares do exército brasileiro, liderados pelo marechal Deodoro da Fonseca, deu um golpe de estado, sem o uso de violência, depondo o Imperador do Brasil, D. Pedro II, e o presidente do Conselho de Ministros do Império, o visconde de Ouro Preto.

Foi instituído, naquele mesmo dia 15, um "Governo Provisório" republicano. Faziam parte deste "Governo Provisório", organizado na noite de 15 de novembro, o marechal Deodoro da Fonseca como presidente da república e chefe do Governo Provisório, marechal Floriano Peixoto como vice-presidente, e, como ministros, Benjamin Constant, Quintino Bocaiuva, Rui Barbosa, Campos Sales, Aristides Lobo, Demétrio Ribeiro e o almirante Eduardo Wandenkolk, todos membros regulares da maçonaria brasileira."


Para ler o artigo completo, clique nesse link.

domingo, 7 de novembro de 2010

A RESPONSABILIDADE DA MAÇONARIA BRASILEIRA NA SOCIEDADE ATUAL


Escrito por João Baptista de Oliveira (JB)

PRIMEIRAS PALAVRAS

O assunto não é novo.

Já me ocupei dele em ocasiões anteriores. Isto, entretanto, não o torna menos atual nem menos importante.

O Brasil atravessa uma fase das mais críticas de seus 500 anos de história.

Dentre as muitas crises que o assolam, destaca-se a banalização da vida humana.

Tanto no sentido social — com a assustadora e crescente quantidade de pessoas padecendo fome e miséria — como no sentido físico, em que a violência de todo tipo mata mais do que guerras declaradas.

Frente a esse cenário de preocupação, perturbação e angústia, uma instituição que se dedica à construção do edifício moral da sociedade não pode omitir-se, sob pena de negar seu glorioso passado, sua tradição humanista, e sua razão de ser, sintetizada na trilogia que a identifica em todo o mundo.

INTRODUÇÃO HISTÓRICA

Descoberto “acidentalmente” em abril de 1500, no último ano, portanto, do século XV, ao chegar aos primórdios de 1800, o Brasil já amargava nada menos que três séculos de dominação estrangeira.

Ao longo desse período já se formara, lenta — mas progressiva e indelevelmente — o sentimento de brasilidade, que vai despontar na história com a designação de “sentimento nativista”.

Sua manifestação marca-se, fortemente, no século XVII, nos episódios de reação contra os invasores franceses e holandeses, e, especialmente, nas Batalhas de Guararapes, de 1648 e 1649.

É quando, pela primeira vez, fala-se em uma “tropa brasileira”, integrada por elementos das três raças formadoras do povo brasileiro: o branco, o índio, e o negro, sob o comando de André Vidal de Negreiros, Felipe Camarão e Henrique Dias.

Em homenagem a esse importante feito, o Dia do Exército passou a ser comemorado em 19 de abril, data da primeira Batalha de Guararapes.
Além, já no século XVIII, surgem várias manifestações pró-independência, destacando-se, entre outras, as insurreições de Felipe dos Santos, esquartejado em Vila Rica em 1720, e de Tiradentes, enforcado em 1792.
Data desse período, de inegável busca de autonomia nacional, a gênese da Maçonaria no Brasil.

A este respeito traçamos  há algum tempo  um ensaio que, por oportuno, reproduzimos a seguir.

“A TRILOGIA INACABADA”.

1. A VEZ DA LIBERDADE

É fato incontestável que a instituição maçônica chegou ao Brasil bafejada pelo anseio de liberdade política do país.

Desde sempre liberdade e maçonaria caminham lado a lado.

Jovens brasileiros que estudavam na Europa e na América do Norte, tomando contato com o ideal libertário que originara a Revolução Francesa (14.07.1789) e a Independência dos Estados Unidos (04.07.1776), empolgaram-se com a perspectiva de propiciar ao Brasil sua tão sonhada autonomia política.

Em pouco tempo detectaram — no embrião desses movimentos — a presença silente, ativa e constante da Maçonaria, fiel à sua trilogia: LIBERDADE, IGUALDADE, FRATERNIDADE.

A partir daí a campanha passa a ser comum, e a independência do Brasil se efetiva muito mais pela força da persuasão que pelo poder das armas.

Tanto isto é certo que o sete de setembro — data bonita e memonicamente propícia — marca a proclamação pública de nossa independência que, segundo informam ilustres historiadores, fora “data e traçada” no dia 20 de agosto — atual “dia do maçom” — no interior do Grande Oriente do Brasil.

Como conseqüência direta desse entendimento sobranceiro e fraterno, poupou-se o país do pesado e nefasto ônus de mortes, viuvez e orfandade.
O Brasil, a partir de 7 de setembro de 1822, passa a integrar o concerto das nações livres do mundo!

2. A VEZ DA IGUALDADE

No país livre, entretanto, nem tudo era liberdade.

Seres humanos tão dotados de sensibilidade, inteligência e capacidade quanto os demais, eram cruelmente discriminados, humilhados, maltratados, animalizados e, até, assassinados, meramente em razão da cor de sua pele, como se a pigmentação lhes negasse a condição de “imagem e semelhança de Deus!”.

Esse comportamento anti-social, destoante dos princípios de uma “sociedade filosófica, filantrópica e progressista, que pugna pela igualdade de direitos entre os homens, quaisquer que sejam suas características de cor, sexo, convicção religiosa e política” — não podia receber senão sua repulsa e inconformação.

Isso posto, a Maçonaria empalma uma nova e gloriosa bandeira, desenvolvendo a pertinaz e silenciosa luta que — passando pelas leis Do Ventre Livre (1877) e Do Sexagenário (1885) — culminou com a LEI ÁUREA que, promulgada em 13.05.1888, libertou uma raça e redimiu toda uma nação.
Outra não poderia ser a atitude de uma Instituição que, em cada reunião, mostra através do Pavimento Mosaico — branco e preto — a harmonia dos contrastes.

3. AINDA A VEZ DA IGUALDADE

Liberto o Brasil da vergonhosa pecha de “país escravagista”, competia eliminar da vida nacional uma segunda discriminação: a oriunda do sangue.
Os postos mais elevados da hierarquia organizacional do país eram indiscutível privilégio dos nobres — tivessem ou não capacidade — em detrimento dos plebeus — tivessem ou não capacidade.

Vanguardeira das lides justas, cabe à maçonaria conduzir — em paz e harmonia — o processo de modernização do Brasil, levando-o da monarquia dos oligopólios feudais à democracia da ampla isonomia, em que “todos são iguais perante a lei”.

4. A HORA DA FRATERNIDADE

Esta última porfia maçônica — a Proclamação da República — teve seu coroamento em 15 de novembro de 1889, portanto há mais de um SÉCULO!
E de lá para cá, o que temos feito?

Batido malhete!

Damo-nos por satisfeitos com as glórias do passado e julgamos que está tudo consumado!

Tudo justo e perfeito!

Estará?


É evidente que não.
A trilogia está inacabada.
Temos a LIBERDADE. (Temos?)
Temos a IGUALDADE. (Temos?)
Mas... e a FRATERNIDADE?

É ocioso dizer que sem a fraternidade, a igualdade e a liberdade são utopias.

Tem LIBERDADE a cidadão que se cerca de muros e grades temeroso de assaltos, roubos, violência e seqüestros?

É livre quem não ousa sair à noite, ou andar por certas áreas, ou deixar a porta de sua casa aberta?

Há IGUALDADE num país em que muitos têm tão pouco, que sofrem fome, frio, miséria e doenças — enquanto poucos têm tanto que até sua quinta geração não conseguirá gastar?

E o que dizer daqueles que — nascidos na mesma pátria amada Brasil, aquecidos pelo mesmo sol da liberdade — não se pejam de explorar seus irmãos de nacionalidade, impondo-lhes juros escorchantes; ou auferindo lucros indevidos e exagerados; ou desprezando os princípios comezinhos da ética profissional e moral; ou tratando os humildes com desprezo, prepotência, rispidez, insensibilidade e preconceito — declarado ou velado?

Não será este o momento de os maçons de hoje deixarem de tecer loas aos gloriosos feitos do passado — concretizados por seus antecessores — e realizar algo HOJE, para deixar de herança à sua posteridade?”

O PANORAMA ATUAL

Interrompo a transcrição do texto nesta pergunta-desafio porque sei que ela suscita outras indagações: O QUE FAZER? COMO?

Consideremos: a gritante desigualdade sócio-econômica existente no país não afeta apenas a parcela menos favorecida da sociedade.

Esta sem dúvida, sofre cada dia mais o pesado fardo de sua incapacidade financeira.

Proliferam favelas e barracos por toda a parte, e é cada vez maior o número de pessoas morando nas ruas e nos baixos de viadutos e de pontes. Aumenta também, a olhos vistos, a quantidade de mendigos, pedintes, desocupados, vendedores de bugigangas, “marreteiros”, prostitutas, meninos de rua, desempregados, marginais, “trombadinhas” e que tais. São multidões que passam mal, moram mal, alimentam-se mal, trajam-se mal — vivem mal, enfim — não sendo de estranhar que muitos passem a comportar-se mal, atraídos pelo chamariz do furto, do assalto, do tráfico e de outros crimes.
Suas crianças dificilmente entenderão — e menos ainda aceitarão — a abissal diferença entre sua negra miséria e a excessiva opulência das crianças ricas, o que certamente virá a ser o germe da cobiça, da revolta, do ódio e da violência.

E é aqui, precisamente, que os extremos se tocam.

Nascida nos focos de pobreza e miséria, a violência começa por fazer vítimas ali mesmo.

São agressões violentas, espancamentos, homicídios, guerras de gangues, balas perdidas, chacinas. Na Grande São Paulo esse tipo de violência contra a vida, aliás, subiu de 49 casos com 168 mortes em 1995, para 88 chacinas com 302 homicídios em 1999! Só no período de 1º de janeiro a 8 de março do ano seguinte (2000) ocorreram 21 chacinas com 73 mortes! (Isto levou o Departamento de Homicídios (DHPP) a criar, em 18 de fevereiro de 2000, a EQUIPE ESPECIALIZADA EM INVESTIGAÇÃO DE HOMICÍDIOS MÚLTIPLOS — O GRUPO ANTI-CHACINA.)

No pólo oposto - nas áreas de riqueza e abastança - predominam roubos, assaltos, latrocínios e seqüestros, todos, invariavelmente, marcados por extrema violência — quase sempre desnecessária e gratuita.

Vão longe os tempos em que ladrões furtavam, sorrateiramente, na calada da noite, fugindo ao menor sinal da aproximação de alguém.

Hoje são raros os furtos e freqüentes os roubos e assaltos, praticados à luz do dia, com tanta violência e agressividade que se pode ler o ódio e a revolta represados nos corações de seus praticantes — muitos dos quais menores, crianças.

A conclusão é óbvia: cada vez mais o nosso bem-estar depende do bem-estar dos outros.

Somente diminuindo o abismo existente entre os extremos sociais, caminharemos para o equilíbrio, evitando que a prosperidade seja uma minúscula ilha cercada por violentas ondas de miséria prestes a sufocá-la.

O QUE DEVE FAZER A MAÇONARIA?

Para continuar a influir na história — como sempre o fez — deve a Maçonaria sair da contemplação e vir para a PARTICIPAÇÃO.

Que participação?

Inicialmente a PARTICIPAÇÃO POLÍTICA

Não, evidentemente, em seu aspecto político-partidário, contrário aos nossos princípios, mas na acepção ampla e autêntica de política como a define Platão: “a ciência do bem comum”.

Por um lado, temos maçons presentes em todas as esferas do poder público — especialmente no Legislativo.

Todos prestaram compromisso de fidelidade aos postulados da Ordem. A Maçonaria pode e deve, portanto, acioná-los no sentido de que tais princípios sejam aplicados no trato das questões públicas, prevalecendo sobre interesses pessoais, grupais ou partidários.

Por outro lado, a própria Instituição goza do prestígio de entidade séria, honrada e respeitável junto ao mundo profano. Em conseqüência, qualquer exercente do poder público — do Executivo, Legislativo ou Judiciário — que receba um documento subscrito pela Maçonaria, o terá em grande consideração.

Esta participação, delicada como se sabe, deve ser orientada por um CONSELHO DE PARTICIPAÇÃO POLÍTICA ativo, bem-formado e bem-informado a quem caberá analisar o momento político e decidir pela oportunidade, natureza e intensidade de cada manifestação da Ordem, acompanhando seu desenrolar até o final.

O importante é não haver nem OMISSÃO nem DESCONTINUAÇÃO.

Outra indispensável área é a da PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA.

Onde quer que haja uma agremiação aberta à comunidade, a Maçonaria TEM de estar presente e atuante, como “o pouco de fermento que leveda a massa”, na expressão bonita de São Paulo.

Conselho Comunitário de Segurança; Conselho Comunitário de Saúde; Conselho Tutelar do Menor; Associações Comerciais e Industriais; Rotary e Lions Clube; Sociedades Amigos de Bairro; APM’s; Santas Casas de Misericórdia; entidades associativas e de classes profissionais; programas de parceria com o poder público etc. são alguns exemplos de oportunidades de participação comunitária.

A cada dia cresce o poder de influência dessas corporações junto aos governantes. E é imprescindível que a Ordem aí esteja.

Registra-se hoje, na área de segurança pública, o chamado POLICIAMENTO COMUNITÁRIO, que coloca lado a lado a polícia e a comunidade em uma parceria bem sucedida. É fruto da insistente atuação da população através dos Conselhos Comunitários de Segurança, Núcleos de Ação Local, Associação Comercial e outras entidades. Dando acolhida e consecução a essa iniciativa, a Policia Militar do Estado de São Paulo criou e implementou um DEPARTAMENTO DE POLÍCIA COMUNITÁRIA na corporação.

Por fim, cabe enfocar a PARTICIPAÇÃO COOPERATIVA.

Não é difícil perceber que na base dos problemas apontados predomina o caos social, efeito de um amplo universo de causas, como:

Desestruturação familiar; desemprego galopante (cerca de dois milhões de desempregados na região metropolitana de São Paulo!); despreparo profissional; escassez de vagas escolares; alto índice de evasão e repetência nas escolas; crescente número de menores em situação de abandono (dados recentes do IBGE registram 32 milhões nesta situação no país!); incapacidade do poder público para cumprir sua função social nos campos da saúde, educação, transportes, habitação, previdência social e segurança (Na área prisional, por exemplo, vive-se o paradoxo de 175.000 vagas comportando cerca de 240.000 presos — o que torna cada cadeia um barril de pólvora, prestes a explodir! Acresça-se a este número cerca de 300.000 mandados de prisão por cumprir e algo em torno de 400.000 processos penais em andamento, de que resultarão, obrigatoriamente, novas ordens de prisão...). E aqui ocorre um sério paradoxo: se todos os mandados forem cumpridos, onde colocar os presos? Se, por outro lado, não forem cumpridos, toda a máquina da Justiça está brincando de “faz de conta”...

COMO AGIR COOPERATIVAMENTE

Contemplando essa dramática realidade, é inaceitável que não façamos algo. Já!

É tão grande e diversificada a necessidade, que qualquer coisa — por pequena que possa parecer — representará sensível ajuda para melhorar — ou pelo menos “despiorar” a crítica situação nacional.

Nesse sentido, seria desejável e oportuno que cada Loja se convertesse em um NÚCLEO DE AÇÃO SOCIAL, cumprindo uma ou mais funções de amparo, orientação e ajuda em relação à sua comunidade.

À guisa de sugestão, podemos enlistar:

Programas de alfabetização de adultos. Cursos de orientação profissional.Programas de orientação vocacional para jovens. Cursos de iniciação profissional: office-boys; auxiliares de escritório; auxiliares gerais; rotinas de empresa etc. Cursos de primeiros socorros. Cursos breves de iniciação a marcenaria, carpintaria, mecânica etc. Programas orientacionais de saúde, higiene pessoal, prevenção de doenças sexualmente transmissíveis; prevenção de drogas; recuperação de drogados e alcoólatras etc.

Programas de apoio a creches, asilos, orfanatos e educandários. Programas motivacionais para escolares com premiação por trabalhos, concursos e jornadas estudantis. Programa de motivação cívica. Instituição de programas de amparo ao menor, como o CAMP — Círculo de Amigos do Menor Patrulheiro e assemelhados. Programas de parceria com o poder público para suprir deficiências educacionais, familiares etc.

Se outra coisa não puder ser feita, basta que cada Oficina abra em seu espaço um CURSO DE ALFABETIZAÇÃO DE ADULTOS, o que será suficiente para melhorar a qualidade de vida de muitos brasileiros. Poderão implementar também CURSINHOS PRÉ-VESTIBULARES, assim como CURSOS SUPLETIVOS, a custo zero ou reduzido, para jovens de baixa renda. Não faltarão Irmãos aposentados ou com tempo disponível para isso. Se não, basta pedir “a ajuda dos universitários”... Nossos jovens estão ávidos por fazer alguma coisa útil e em seus corações vibra ainda o ideal, que já não vive em muitos dos idosos...

Também na Ordem devem se constituir CONSELHOS, reunindo irmãos de acordo com sua atividade profissional, formação, experiência ou conhecimentos, de modo a se ter “as pessoas certas nos lugares certos”.

Entre outros, um CONSELHO DE ASSUNTOS JUDICIAIS (OU JURÍDICOS) poderia ter a seu cargo todo o acompanhamento da situação dos presídios, reexaminando processos, recorrendo nos casos cabíveis, analisando fichas prisionais (há inúmeros casos de pessoas que já cumpriram suas penas e permanecem presas) e trabalhando pela ressocialização dos presidiários — objetivo final raramente obtido pelo sistema.

O momento atual, porém, apresenta um problema, um desafio, ainda mais grave e premente, no qual já se acha atuando a Ordem Maçônica.

Trata-se do avanço crescente e incontido das DROGAS!

Já não mais no meio dos jovens, mas no seio da INFÂNCIA, vitimando, em pleno início de vida, as crianças da Escola Primária - outrora “risonha e franca!”

A sociedade, em sua paquidérmica acomodação, reclama, protesta, vocifera, mas NADA FAZ, atribuindo toda responsabilidade de ação ao Governo.
Este, por sua vez, tem se mostrado insensível, indiferente, ineficaz e incompetente em relação a algo que, embora tão sério, não lhe dá dividendos políticos.

Paralelamente a esse problema corre outro que a ele se liga e o alimenta: A INFLUÊNCIA PERNICIOSA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO! Ninguém de bom senso duvida de que a TELEVISÃO, por excelência, é um instrumento diabólico de estímulo aos vícios, à violência, aos desregramentos sociais, à permissividade sexual e aos crimes em geral.

Filmes, novelas, noticiários, programas de entretenimento é até desenhos animados — outrora inocentes — hoje são verdadeiras aulas ilustradas de tudo o que não presta!

Basta citar exemplo: no dia 4 de fevereiro de 2000, em Brasília — após assistir ao filme “Brinquedo Assassino 2” — um garoto de apenas 9 anos agrediu uma menina de 7, com mais de vinte golpes de faca!

Toda a sociedade sabe, sem sombra de dúvida, do desastre moral que a televisão representa para nossas crianças.Entretanto, nenhuma ação para impedir isso surge das pessoas ou do governo!

A esperança de solução, portanto, não está no “Poder” Público — impotente e desinteressado. Nem na sociedade ampla — inerme, inerte e aturdida — mas nos GRUPOS SOCIAIS ORGANIZADOS, que são estruturados, conscientes, lúcidos e ativos.

E é nesse universo de lucidez altruística e realizadora que desponta a Maçonaria como instituição séria e respeitada, que sempre teve, tem e terá profundos e nítidos compromissos com o bem-estar da Humanidade. Assim como proclama sua autodefinição: “sociedade filosófica, filantrópica e progressista!”.

CONCLUSÃO

Retomo aqui o texto do ensaio para concluir o tema.

LIBERDADE, IGUALDADE, FRATERNIDADE não é, de forma alguma, uma trinômia de elementos independentes. Ao revés, é um todo uno e indivisível.
E assim como o tripé não se sustém sem a ação conjunta dos três esteios, a Sublime Instituição não poderá cumprir plenamente seu desiderato de construção do edifício moral da sociedade sem o acoplamento de seu terceiro elemento.

Em um Brasil em luta e transição, em um Brasil envolto em dívidas e dúvidas, o prosseguimento da luta firme, serena e fraterna da Maçonaria é absolutamente indispensável.

Não pela LIBERDADE.

Nem pela IGUALDADE.

Mas pela FRATERNIDADE, que as unifica, completa e viabiliza, confirmando as meigas palavras de David, o Rei-Poeta:

“O QUÃO BOM E QUÃO SUAVE É QUE OS IRMÃOS VIVAM EM UNIÃO... PORQUE ALI O SENHOR ORDENA BÊNÇAO E A VIDA PARA SEMPRE. ”



JOÃO BAPTISTA DE OLIVEIRA, Grau 33.:, é Obreiro ativo das AA.:RR.:LL.:SS.: Carlos Gomes e Madras, e Past-Master da Loja Antonio Simões Ladeira. Foi Grande Secretário de Orientação Ritualística, Presidente da Comissão Pró-Civismo e membro do Ilustre Conselho Estadual do Gr.: Or.: São Paulo. Na vida profana, é Conselheiro Seccional e Presidente da Comissão de Relações Corporativas e Institucionais e membro da Comissão de Inscrição da OAB São Paulo; Membro-fundador do INQJ – Instituto Nacional da Qualidade Judiciária; foi Presidente do Conselho Comunitário de Segurança do Centro de São Paulo; foi Presidente da Comissão Coordenadora do Programa Centro Seguro; Membro da Ação Local Paissandu; Conselheiro da Associação Comercial de São Paulo—Distrital Centro; Conselheiro Consultivo da AMITUR – Associação dos Municípios de Interesse Turístico do Estado de São Paulo; Diretor Cultural da Sociedade Amigos da Segunda Divisão de Exército - SASDE; Conferencista da ADESG e Sócio-Fundador e Vice-Presidente do Rotary Clube de São Paulo—Sé; Membro da Academia Cristã de Letras; da Academia Paulistana Maçônica de Letras e da Academia Maçônica Internacional de Letras. Membro do Instituto Histórico de Geográfico de São Paulo.

Na atividade profissional é Consultor Empresarial e Educacional, Professor de Comunicação, Marketing e Vendas, e Conferencista. Autor dos livros “FALAR BEM É BEM FÁCIL”, “COMO PROMOVER EVENTOS — CERIMONIAL E PROTOCOLO NA PRÁTICA”, “MENSAGENS E TEMAS PARA MEDITAR” e “INSPIRAÇÃO”. Produz e apresenta o Programa “O Poder da Palavra”, pela Rádio Mundial FM, aos domingos às 17h30.

F R U S T R A Ç Ã O

Frustração é crer, amar, querer, criar, ver, lutar, intuir, afirmar, sentir ardentemente alguma coisa e não vê-la fluir, frutificar, crescer, não podê-la fruir, estimular, proporcionar, torná-la perene na vida , na ética, na bondade da terra, na vida de uns e de outros.

É ver que não a vêem, não a ouvem, não a querem ver nem ouvir ou sentir, tampouco inspiram fragrâncias da pureza matinal, não degustam do delicado néctar, essencial ao seletivo e frágil colibri, beija-flor feliz e multicolorido, não se maravilham por nada ao seu redor e à sua visão, não se extasiam ante a explosão de beleza de um arco - íris, não sentem o sopro sutil da brisa sobre a face, nem seu tacto percebe as asperezas rugosas da árvore milenária ou seus sentidos se regozijam ao contato do orvalho da manhã.

É não vê-la respeitar por quantos estão dotados dos dados para nela construir a forma e a essência do próprio, do possível e da decência.

É compreender a impossibilidade de torcer o curso ao incompreensível processo da realização da verdade que não é nossa nem única, mas da eternidade, da qual fazem parte o todo e todos sem terem sido perguntados, convidados, mas perante cuja realidade ninguém absolutamente se pode negar, fugir, mentir-se, escapar ou fingir.

É o inexorável processo evolutivo do ponto e contraponto, marcando a rota e marcha do mecanismo imponderável, incognoscível, do qual a duras penas nos recusamos a participar conscientemente.

Frustração, grande e profunda frustração, foi principalmente a de um Homem , coroado de espinhos , morto em uma cruz entre dois ladrões, também crucificados, por ter querido apenas interferir no processo redentor, com a lucidez e a profundidade da santidade reveladora:

Um Homem, que consegue dimensionar realidade e dualidade humanas, nos limites de sua fraqueza e na força moral-espiritual da Grandeza, Verdade, Vocação e Vontade Transcendente de Deus : "Pai, tudo Te é possível ! Afasta de mim este cálice, . . . mas faça-se a Tua vontade" . . .

Um Homem, cuja mensagem iniciou um processo complexo e longo de transformação da história , precisamente no período em que ela nos relata a maior mesquinhez, pequenez, sordidez e injustiça, marcando para sempre o antes e o depois. "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem".

A compreensão da incompreensível impossibilidade de torcer o curso à história do que afinal pareceria equação simples: bastaria que a sensibilidade da totalidade holística, entendimento integral dos fenômenos, presente nas potencialidades humanas, se resignasse a entender a tremenda dimensão e diferença contidas na mensagem, essência e conteúdo da vida desse excelso Homem, tão bem expressa na sua alocução na montanha algum tempo antes : "haveis ouvido que foi dito olho por olho e dente por dente, ( puro ego humano) mas um novo mandamento vos dou: AMAI-VOS UNS AOS OUTROS", ( é o ego humano novamente, bem melhor motivado) sem o que não há como santificar e sublimar construtivamente as frustrações humanas, participando eficientemente, num mundo em constante mutação, do processo evolutivo da humanidade.







Erasmo Figueira Chaves
Past-Presidente da A.P.M.L.

MANIQUEÍSMO



MANIQUEÍSMO

No nosso quotidiano,
Com freqüência,
Somos instados
A decidir, por opção,
Com consciência,
No jogo do Sim e do Não.
Nossa posição,
De ser humano.

E por em prática,
No jogo do Bem e do Mal,
Um predicado,
Que Deus nos concedeu:
O livre arbítrio. Um sinal,
Um bem sustentado
Pela prática da ética.

Durante a Segunda Grande Guerra,
No auge da luta contra os Aliados,
No famoso cerco de Stalinigrado,
Na frente Russa dos solos gelados,
Hitler, o Furer do 3º Riech, convencido
Por Horbiger que na luta aqui na Terra,
Entre as forças do Gelo e do Fogo,
O exército alemão seria fortalecido,
Acreditou que sob o tacão dos soldados
Todo o gelo seria derretido.
Contrariando seus generais
com grande determinação,
Não recuou e sucumbiu aos fatos reais.
Provocou a derrocada geral.
Muito mais que isso, afinal.
A derrota foi do Nacional Socialismo Alemão.

O Apóstolo Paulo discorre
Como o Reino de Deus alcançar,
Na sua Epistola às igrejas da Galácia.
Ao maquineísmo, ele recorre,
Para o entendimento facilitar:
Contrapondo aos infiéis
Que não conseguirão lá chegar,
Pela prática das Obras da Carne
(Inimizades, porfías, lascívia,idolatria,
Pelejas, heresias, feitiçaria,
Adultério, iras, dissensões
Prostituição, e emulações)
Aos que certamente conseguirão alcançar,
Fieis pela prática do Fruto do Espírito
Amor, gozo, paz, mansidão, longanimidade,
Bondade, fé, temperança, e benignidade).

Em assunto que integra,
Que encena, de modo geral,
O comportamento humano,
A única fórmula universal
Que daria suporte mediano
Prescrita pela Moral,
É o livre arbítrio, um julgamento
Que não depende de regra.

Francisco Mello Siqueira

Francisco Mello Siqueira
Santos, 20 de Outubro de 2010

Brasil - 188 de Independência

Manuel Beckmann - o Cristão-Novo que Antecedeu Tiradentes

188 é um numero carismático, desperta uma sensação cartesiana de perfeição, rigor, beleza matemática, emblemática lembrança da nossa Independência. Deveríamos anotá-lo em nossos papéis, cartas, documentos. Carimbá-lo em envelopes, fazer cartazes, enfim, é um número nobre que merece ser lembrado a cada dia do ano.

Há 188 anos José Bonifácio, o Patriarca da Independência, da Tribuna do Grande Oriente do Brasil na Rua do Lavradio conclamou os maçons e a sociedade – era chegado o momento.

Anoitecia o 20 de agosto de 1822, Dia do Maçom. Neste dia, mais de um século depois, por coincidência seria fundada a ESG. Mas na Cabalá está escrito que não existem coincidências ...

Poucos dias depois, a 7 set, D Pedro I declarou o Brasil emancipado de uma vez por todas de Portugal.

"Se todos quisermos – dizia-nos Tiradentes, aquele herói enlouquecido de esperança - poderemos fazer deste país uma grande nação. Vamos fazê-la." Assim falou Tancredo Neves.

Mas antes do conhecido proto-martir da Independência, alguém já havia se erguido contra o estado lusitano.

Manoel Beckmann, o Bequimão como os maranhenses o chamavam acabou enforcado por rebelar-se contra o Estanco – monopólio comercial de azeite, farinha, vinho, bacalhau, imposto pelos portugueses.

Português, brasileiro, maranhense, mas também cristão-novo. Seria assim o verdadeiro proto-martir de nossa independência, com todo o respeito que devotamos à memória de Joaquim José e demais Inconfidentes da Vila Rica.

O então governador-geral Gomes Freire de Andrada fez executar a ordem judicial do enforcamento. Beckmann hoje é nome de ruas, cidades, escolas no Maranhão. Mas quem sabe, quanto do bom e velho sangue judaico corria em suas veias ...

Os 188 anos são um Memorial a nossa Independência, e representam a garra do brasileiro trabalhador que leva este país para frente, a fazer deste pais uma grande nação.

Como o desejou Tancredo Neves, e como desejamos todos nós.

Em outros 12 anos que o Brasil de 2022 tenha caminhado bastante nesta direção, que nos 200 anos da Independência sejamos aquele país com que sonhava Tancredo.




Israel Blajberg

7 de Setembro de 2010

Pendão Nacional Brasileiro



e. figueiredo (*)

O gesto heróico de Dom Pedro I às margens do riacho Ipiranga, em São Paulo, que assegurava ao Brasil o direito de figurar entre as nações independentes por todo o resto da História, está completando, exatamente, 188 anos, que foi o grito INDEPENDÊNCIA OU MORTE !.

O então príncipe-regente abria, de forma definitiva, as portas do futuro do Brasil, iniciando o despertar para a sua própria grandeza, que já se divisava. Muito mais que um simples ato simbólico, foi a luz que fez com que o nosso país descobrisse a si mesmo, e, desse o primeiro passo para ser a potência respeitada que é hoje !

No dia 7 de Setembro de 1822 Dom Pedro permitiu, presenciado pelos brasileiros da época, o direito de sermos livres e dispor sobre nós mesmos, segundo a sua própria vontade e determinação. Foi o início do processo de se livrar da condição de colônia e buscar a emancipação política perante o mundo.

Em 1889, 67 anos após o “Grito do Ipiranga”, é derrubada a monarquia e proclamada a República Federativa do Brasil. Instaurada a República, dá-se o início da consolidação do espírito de brasilidade que ficou arraigado, para sempre, em todos nós.

Nós, os brasileiros de hoje, entendemos a grandeza daquele gesto, o qual é nosso dever preservá-lo, para que o Brasil possa, cada vez mais, prosseguir em sua marcha para que não deixe de ser a grande nação que se tornou !

Não podemos, pois, nunca deixar de exaltar o mais significativo dia da nossa história, que é a data de 7 de Setembro !



(*) E. Figueiredo - é jornalista - Mtb 34 947

“Oh ! Quam bonum est et quam jucundum, habitare fratres in unum !”






sábado, 6 de março de 2010

Posse na APML - 27/2/2010

Cerimônia de posse do novo presidente da A.P.M.L. - Academia Paulistana Maçônica de Letras, Professor Shlomo Zekry, dia 27/2/2010, orientada e presidida por um dos seus lídimos fundadores e presidente de honra da Academia, Dr. Antonio Soares da Fonseca, que depois de eximia condução dos trabalhos ritualísticos e elaborada oração passa a palavra ao presidente da gestão cessante Dr. L. Dalton, para a referida transmissão.

Logo, instado pela presidência faz uso da palavra o past-Presidente Professor Erasmo Figueira Chaves:

Aos que presidem e compõem a mesa, produzindo esta egregora tão propícia, inspiradora e essencial, os meus parabéns! Ao novo e ao Past-presidente imediato o meu abraço e votos de plenitude e felicidade no desempenho de seus ideais maçônicos.
Uma palavra legítima de congratulação e identificação com este momento solene, que envolve inapelavelmente os destinos e significado de nosso sodalício, desejo prazeirosamente proferir, pois trata-se com justiça de reconhecer, de enaltecer, consagrar e ressaltar a missão e sentido da significativa A. P. M. L. e sobretudo aos ideais que a movem, expressos nas “letras” de sua significativa e titular definição: “Academia Paulistana Maçônica de Letras”.

As letras de nossa agremiação não são, nem podem ser quaisquer letras, letras corriqueiras, comuns, vulgares, destituídas do espírito samaritano reparador e construtor, mas certamente são e serão sempre as letras Maçônicas, cristalinamente testemunhais, aquelas que produzem bons frutos, oriundas da alma, mente e coração, cultivadas como um todo harmônico na verdade de fatos concretos, transparentes, translúcidos, límpidos instrumentos e bons documentos, letras abrigadas e latentes num corpo material mas passageiro, missionário e etéreo, DNA traiçoeiro quando não avisa seu possuidor, administrador da transcendência de sua realidade terrena e passageira, letras que Só são imortais quando eivadas de destinos grandes e princípios salutares, cônscias, construtivas, exemplares, expressivas, significativas para a construção da pedra polida, brunida, luzidia, que antes era bruta e rugosa, como a pedra bruta em que Miguel Angel visualizava, previa que naquela brutalidade, o maciço de pedra bruta, a “Pietá” lá estava dentro, “bastava apenas lapidar-lhe os excessos”.

Letras enfim que constituem palavras, palavras que representam gestos, perfis e atitudes, atitudes, expressões, sutilezas, parágrafos, preciosidades oriundas contudo do ser material evolutivo concreto, mas veículo poderoso, instrumental, imaterial, transcendente e civilizador, que da perfeita consciência da animalidade histórica original que o constitui, se torna evolutivamente a expressão da vontade transcendente da criação.

Letras, letras de humildes pedreiros construtores de ogivas materiais, inspiradas no entanto nas linhas ogivais das mãos postas em oração , oração latente, permanente, constante, residente nos ocultos escaninhos de neurônios bem computados, cuidadosa e constantemente alimentados e, na magnificência de coração sensível aos acordes do bom senso e do bem comum, na ação esperançosa transcendente e dignificante, obediente à culta inteligência e à razão evolutiva.

As letras e atos maçônicos precisam estar imunes às influências e contaminações externas de uma civilização espúria, mas contrariamente precisam e devem significar testemunho cristalino, transparente e influência eficaz aos costumes deletérios e comportamentos nefastos externos.

Foi nessa realidade transcendente em que o nosso ilustre irmão Ruy Barbosa, “batalhou o bom combate” durante toda a sua brilhante e significativa vida. Por esses ideais estrebuchou em certo momento histórico de nosso país. Meu comentário se insere e identifica respeitosamente, com a expressão de repúdio ao nefasto tão espontaneamente manifesto por Ruy, em suas sentidas palavras de cidadão moralmente ofendido.

Educação! Educação! Educação ! é o que clama a nação !!! . . .

Essas são as “Letras” que aspiro e propugno para nossa Academia Paulistana Maçônica de Letras”

O irmão Ruy Barbosa: Uma benção. Paladino inconfundível, espírito de justiça, expressividade altruísta e patriótica. Vida totalmente dedicada a construir civilidade, cidadania e civilização. Cabal testemunho de integridade e clarividente inteligência. Um grito de virilidade e lucidez intelectual. Lamento lúcido, conspícuo, espontâneo, sincero de dor que não abala mas afirma lapidarmente profundas, apropriadas e muito pessoais convicções:

“. . . De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar¬¬-se da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”
Ruy Barbosa – 05/11/1849-01/03/1923

“. . . A pátria não é ninguém: são todos; e cada qual tem no seio dela o mesmo direito à idéia, à palavra, à associação. A pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo: é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade. Os que a servem são os que não invejam, os que não infamam, os que não conspiram, os que não sublevam, os que não desalentam, os que não emudecem, os que não se acobardam, mas resistem, mas ensinam, mas se esforçam, mas pacificam, mas discutem, mas praticam a justiça, a admiração, o entusiasmo. Porque todos os sentimentos grandes são benignos, e residem originariamente no amor. . .” Ruy Barbosa: Palavras à Juventude

QUE MARAVILHOSA CONCEPÇÃO DA DEMOCRACIA REPUBLICANA ! . . .

Podemos nós “imortais” das letras maçônicas ser coadjuvantes e instrumentos na sua difusão? . . .

No entanto esta insigne figura, maravilhoso exemplo de nossa história e incomensurável valor cultural, embora presidindo em frio bronze o plenário do nosso Congresso Nacional, não consegue impregnar os congressistas, com o seu vital exemplo, espírito lúcido, sentido de missão, justiça e palavra mensageira edificante.

. . . (Aliás,quando Ruy Barbosa declarou: “a justiça tardia nada mais é do que injustiça institucionalizada” sequer imaginou a falência moral em que seu País um dia fosse mergulhar.). . .

Outro maravilhoso irmão, no vigor de sua juventude aos 24 anos, mais um entre tantos maçons ilustres, tem a coragem e a dignidade de elevar sua voz clamando e chamando a atenção do todo poderoso José Bonifácio, amigo, ministro e conselheiro do Príncipe e Rei, envergonhado e indignado contra o sistema que permitia o tráfico de escravos:

Andrada, tira esse pendão dos ares”!!! . . .

Coragem, coragem, coragem, autoridade moral, testemunho e ação !!! . . .

Na atmosfera de corrupção e desastres políticos e administrativos por que passa a nação, qual o desafio que se nos apresenta, como representantes das letras maçônicas? Qual o dever ou contribuição que nos é requerida ou de nós esperada?

A propósito, qual era a atmosfera da realidade sociológica imperante nos idos tempos da era Camoniana? Luiz Vaz de Camões, estruturador, depurador da nossa língua, a maravilhosa língua portuguesa com que nos comunicamos e com ela elaboramos, idealizamos, nos realizamos, dizia, em singelos e corajosos versos, à época dos descobrimentos, lá pelos idos de 1550:

. . . “Ao desconcerto do Mundo” . . .

“Os bons vi sempre passar
No mundo graves tormentos,
E para mais me espantar
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Buscando alcançar assim,


O “bem” tão mal ordenado
Fui mau, mas fui castigado.
Assim que só para mim,
anda o mundo concertado!”
. . .
Luiz Vaz de Camões

Cansada está a nação de ver-se constantemente retratada nessa injusta, nada instrutiva pedagogia e confusão desconcertante, nessa autofagia de conceitos entre princípios e regras, produzindo-se o constante deprimente conflito, soberanamente injusto e frustrante sentimento do cidadão comum, em que por mais que faça e imite o comportamento geral, na cândida intenção de acerto, admitido como razão consensual, na ausência de orientação confiável e Rumo Certo, não deixa de errar constantemente e sentir compungido, triste e profundamente

que só para mim, anda o mundo concertado!”. . .
e só ele portanto castigado! . . .
. . . “O favor com que mais se acende o engenho,
Não no dá a Pátria, não,
Que está metida no gosto da cobiça e na rudeza
De uma agastada, insana e vil tristeza” . . .

Luiz Vaz de Camões

Agastada, insana e vil tristeza” numa época de esplendor advinda dos descobrimentos, em que Portugal dominava as rotas marítimas e o comércio mundial.

Ah, mas a bendita ou melhor dizendo, a maldita, maldita e eterna corrupção, grassava então como agora, impedia vôos do espírito de justiça e fraternidade para todos igualmente.

A quem estava falando, com suas mensagens o grande vate? Apenas a seus contemporâneos ? Ou suas mensagens encerram conspícua lealdade a princípios eternos que sempre se esquecem, ou jamais se aprendem de geração após geração? Não está falando-nos pessoalmente hoje? Podemos nós maçons e literatos contribuir de alguma forma para modificar esse status?

Espelhemo-nos e inspiremo-nos no espírito do grande maçon e literato que foi Ruy:

. . . “Porque todos os sentimentos grandes são benignos, e residem originariamente no Amor” . . .(Ruy Barbosa – oração aos moços)

Amor fraterno para com a humanidade, paralelamente ao amor fraterno entre irmãos. Amor que nos impele à ação da coragem, do alerta, da admoestação, da sinalização de escolhos, para a correção de rumos. Amor que nos leve intima e categoricamente a saber que não se pode servir a dois senhores ao mesmo tempo. Amor que nos inspire à palavra de contemporização, sempre que a mesma conduza à verdade,à justiça, ao perdão aspirado e à bondade inconfundível desejada, sem qualquer hipocrisia ou cálculo malsão. Amor que em si é autoridade moral. Amor que impregna a alma, a mente e o corpo, inspira a ação apropriada, necessária e de bem fazer. Da mesma forma que a essência do bem sublime da cidadania, da fraternidade e do bem comum, se insere e aufere do extrato essencial do samaritano cristianismo que nos foi ensinado pelo Mestre dos mestres no Sermão da Montanha:

. . . “Haveis ouvido que foi dito – olho por olho e dente por dente,- mas um novo mandamento vos dou:Amai-vos uns aos outros” !!! . . .






Erasmo Figueira Chaves
Past-Presidente da A.P.M.L.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

U R B I E T O R B I




















Eis o nome que se quis dar à nossa querida novel Loja simbólica, na qual destacados maçons convictos e dedicados, ao fundá-la, querem significar sua pessoal identificação e perfeita consciência dos tremendos desafios e apelos que em nossa época pululam em profusão imediata e incontrolável, ao nosso redor, em nossa cidade, em nosso país e no mundo inteiro. São os mesmos apelos manifestos através dos tempos na cidade, no campo e no tempo Universal sem fronteiras, na ansiedade e expressão evolutiva e construtiva de Alma, Corpo e Mente em equilíbrio harmônico potencialmente perfeito.

A Cidade e o Mundo, “Urbi et Orbi” na dimensão e percepção generosa do espírito, do atento, favorecido intelecto, a escrutar, perscrutar, em silente consciência e meditação sobre os problemas candentes, vitais e urgentes que têm acompanhado a história do homem e da humanidade desde os primórdios da civilização, fatos históricos iniludíveis, repetitivos, resquícios nefastos que ainda permanecem atávicos à realidade humana em todo o lugar, ecos do canto dolente do velho carro de bois na era da Internet, do foguete e da velocidade comunicativa que entretanto, rara e surpreendentemente comunica devidamente conteúdo transcendente e edificante algum, digno de real apreço, admiração e correspondente respeito, fatores que nem sempre têm recebido da sociedade organizada e responsável a prioridade, a consideração exigida pela consciência moral, ética, religiosa, objetiva, dita civilizada, culta ou esclarecida, que pretende transformar apenas epidermicamente cruas, irresponsáveis e pérfidas inconsciências. Crescem na realidade as inconsciências e as inconsistências, mermam as consciências e as coerências. Na realidade, tem-se praticado sempre, e pratica-se em geral, um tal comportamento ufanista, impregnado de pretensa “vantagem” a qualquer custo, do que é ou parece prático, não necessariamente lícito, mas egocentricamente útil e bom, de um sôfrego imediatismo, de uma maneira direta de proceder, sem necessária ponderação, medições ou rodeios. Ensoberbece-se o espírito com as maravilhosas conquistas científicas, tecnológicas, em todas as áreas do conhecimento humano, mas toma-se limitado tempo à edificação do espírito e do pensamento, decide-se com facilidade, e como se decide . . ., em completa independência, com rapidez em dimensão eletrônica, assumem-se posições, às vezes as mais radicais, opta-se fácil, simplória e impulsivamente por assumir partido, a favor ou contra isto ou aquilo, em aparente domínio de estranha e exagerada soberba e pretensa “sabedoria” ou negativamente assume-se posição cômoda e “prudente” em cima do muro, em assoberbadas e equivocadas decisões e prioridades, que afastam a humanidade e o indivíduo do diálogo leal ideal confiável, de apurada consciência e coerência para explicar-se a si mesmos devidamente, individual e coletivamente, o fenômeno natural ou sobrenatural quanto sociológico da vida, da nossa indiscutível origem e animalidade, da natureza dadivosa e bela, da vida animal e da humana em particular, tão rápida e curta, e apesar de tanta e esbanjada sabedoria ou conhecimento, ainda uma incógnita, sua adequada e responsável vivência, seu papel no limitado e certo compasso pendular do relógio biológico e a sua pretensa inevitável e ansiada transcendência. Quando e como ter e dar respostas inteligentes, adequadas, oportunas, conscientes num mundo que se tornou pequeno, ao mesmo tempo lento para o óbvio progresso do espírito do bem e da bondade e, rápido demais para o nefasto, por mais que achemos maravilhoso o fenômeno globalizante das comunicações tecnologicamente perfeitas mas mal administradas, em sua maioria carentes de espírito, de conteúdo dignificante, edificante. É o que advertimos no espírito inquiridor do prefeito da cidade de Jerusalém que indaga argutamente angustiado e atônito: “...esperamos demais para fazer o que é preciso ser feito, num mundo que só nos dá um dia de cada vez, sem nenhuma garantia do amanhã. Enquanto lamentamos que a vida é curta, agimos como se tivesse-mos à nossa disposição um estoque inesgotável de tempo.". . .

A globalização e liberalização, como motores do crescimento econômico e o desenvolvimento dos países, não reduziram as desigualdades e a pobreza nas últimas décadas, segundo livro divulgado neste sábado pela ONU (Organização das Nações Unidas).

A publicação, que leva o título "Flat World, Big Gaps" (Um Mundo Plano, Grandes Disparidades, em tradução livre), foi editado por Jomo Sundaram, secretário-geral adjunto da ONU para o Desenvolvimento Econômico, e Jacques Baudot, economista especializado em temas de globalização.

E a ciência jactanciosa, pela boca de alguns cientistas como Brian Greene, sentem-se satisfeitos em afirmar que “ Deus Não existe”, porque não podem prová-lo científicamente, embora sua “Teoria das Cordas” que busca unificar as fôrças da natureza, tema em que também se envolveu Einstein, após quase 50 anos de exaustivas e mirabolantes pesquisas, que consomem gigantescas somas de dinheiro, não passa todavia de mera crença e teoria, contestada contudo por outros colegas notáveis cientistas. O homem foge da religião e cria outras tantas religiões num mundo mágico onde tudo é permitido . O problema, segundo outro grande cientista que “não crê” na badalada “Teoria das Cordas” é que “é uma perda de tempo enorme” e segundo afirma em seu livro “Not even Wrong” = “Nem errado é” e de tão ruim jamais poderá ser testada na prática. “ As cordas descolaram do mundo real”. Ou seja estamos neste caso no mundo da metafísica ou da religião, afinal negada por cientistas apressados.

São ansiedades constatadas, perscrutadas aqui e ali, isolada ou coletivamente, apenas dos fenômenos globalizados, sentidos no imediatismo da Urbe, incongruências, crenças e descrenças em nossa cidade e na Órbita de um mundo global que afinal se move, sem sabermos exatamente para onde ou si se move apenas mecanicamente ou por inércia, deixando ainda atônitos os conspícuos e sérios pesquisadores, cultores de intelecto, de ciência e das coisas da matéria e do espírito transcendente, como aconteceu ao grande gênio Galilleu, no século XVI , fatores reais de vivência constatáveis em pleno século XXI, que nos obrigam em alguns casos claramente identificáveis ainda a permanecer na indecisão e impossibilidade de confessar verdades descobertas, convicções candentes da alma, do espírito, da mente ou do intelecto, cuidados rigorosos ao definir VERDADES ou a argutamente ignorá-las por prudência, à espera, à espera, à espera constante e indeterminada do tempo apropriado, em forçada obediência a nefastos e alheios interesses esdrúxulos, escusos, velados, ignorantes, incultos ou inconfessáveis. Soam terrivelmente a meus ouvidos as palavras de Stephen Hawking , o gênio inglês da física e da astrofísica, quando pergunta: “sobreviveremos?” “Como poderá sobreviver a raça humana por mais cem anos, diante de problemas tão sérios como a guerra, o terrorismo, a violência, a corrupção, a poluição, o efeito estufa e outras ameaças, em um mundo que se transformou em verdadeiro caos político, social e ambiental ?” . . . Que diz a cidade e o mundo a tudo isto? Que teremos nós a dizer, cidadãos de uma impressionante metrópole, conspícuos maçons, conscientes intérpretes, cultores da mente e do espírito, tão preocupados e sensibilizados com ela e com o mundo em que milagrosamente ainda vivemos, que teremos nós a testemunhar por meio da nossa já tão aprofundada e acarinhada fé no G:.A:.D:.U:. e, agora por meio da simbólica Loja “URBI ET ORBI” a que pertencemos, recente e auspiciosamente formada? Que temos a dizer sobre o recente e espantoso crime perpetrado pela irracionalidade animal de seres insensíveis, assassinos cruéis do indefeso menino João Hélio? Que cidade e que mundo podemos admitir, quando fabrica ou produz tal animalesca insensibilidade? Que diz o ateísmo científico a estas realidades? Os problemas e desafios são mais graves do que parecem. São muito mais graves e sérios ! . . . São na realidade Dantescos para os que verdadeiramente se atrevem a meditar e a dialogar com eles.

Em uma de suas profundas e independentes reflexões, John Gray, atual consagrado cientista , filósofo e pensador inglês, professor de “Pensamento Europeu” na London School of Economics, colunista do Jornal britânico The Guardian e autor de numerosos trabalhos e livros de premente atualidade, diz em “Cachorros de Palha”: “. . . é uma estranha fantasia supor que a ciência possa tornar racional um mundo irracional, quando o máximo que ela poderia um dia fazer seria dar uma nova aparência à loucura usual”...

. . . “As cidades por todo o planeta da órbita terrestre, são tão artificiais quanto colméias. A Internet é tão natural quanto uma teia de aranha. Nós próprios somos artifícios tecnologicamente inventados por antigas comunidades de bactérias como forma de sobrevivência genética, como escreveram Margulis e Sagan: somos uma parte numa intrincada rede que vem desde a tomada original da terra pelas bactérias. Nossos poderes e inteligência não pertencem especificamente a nós, mas a toda a vida.” . . . “Talvez o que distingue os humanos de outros animais é que os humanos aprenderam a se agarrar mais abjetamente à vida. Os gregos e os romanos preferiam a morte a uma vida sem valor. . . . Algumas verdades não podem ser ditas senão como ficção . . . Uma das poucas afirmações, feita por um escritor, poeta e pensador europeu, ( Fernando Pessoa) de que a morte dos humanos não é diferente da de outros animais, aparece sob a autoria do heterônimo Bernardo Soares:

“Se considero com atenção a vida que os homens vivem, nada encontro nela que a diferencie da vida que vivem os animais. Uns e outros são lançados inconscientemente através das coisas e do mundo; uns e outros se entretêm com intervalos; uns e outros percorrem diariamente o mesmo percurso orgânico; uns e outros não pensam para além do que pensam, nem vivem para além do que vivem. O gato espoja-se ao sol e dorme ali. O homem espoja-se à vida, com todas as suas complexidades, e dorme ali. Nem um nem outro se liberta da lei fatal de ser como é.” . . .

Pinçamos acima frases e pensamentos de gente objetiva, profunda, cientifica e intelectualmente dotada e embasada, a quem lhes resulta difícil admitir outra postura que não a de que o animal homem com sua racionalidade e “inteligência” é o único animal afinal que destrói a casa onde vive. É o aqui, o agora e a realidade, que o homem projeta através dos tempos. Parece não haver lugar para a transcendência nem qualquer oportunidade para dialogar com a dimensão e significado do G:.A:.D:.U:.

Nesse mundo irracional em que a guerra parece ser a mais legítima e constante vocação humana e, o instrumento mais “adequado” para “impor” a paz, desde os primórdios da civilização, mundo em que a ciência afinal não nos dá qualquer esperança a não ser a realidade concreta e fria da objetividade racionalista, resta-nos apenas a humildade da fé transformadora e formadora da consciência que cultivamos, comandada e exigida pelo G:.A:.D:.U:. quando proclama : “Haveis ouvido que foi dito, olho por olho e dente por dente, mas um novo mandamento vos dou, amai-vos uns aos outros” ! . . .

Somente quando a humanidade se conscientize da necessidade de “nascer de novo” poderá dar sentido, esperança e resposta às suas indagações sobre a realidade circundante e o futuro destino humano. Uma cultura científica apenas, não ensina ao homem o que deve fazer; não o ajuda a obter uma visão da vida como um todo. Diz-lhe apenas como é que ele pode TER número crescente de coisas, enquanto que o seu problema real, é um profundo senso da necessidade de SER alguma coisa. No mundo “democrático” dos nossos dias, não existe uma grande idéia, racional ou religiosa, à qual se presta fidelidade comum e que, por seu caráter luminoso, esclareça a significação da vida e proveja a força para palmilhar trilhas da mesma. Fora as histórias críticas da filosofia e as filosofias sugestivas da história, a única coisa que se deixou na cultura democrática com semelhança de opinião mundial é a filosofia da liberdade. Mas esta filosofia da liberdade, este vestígio esquecido de grandeza intelectual, no fundo, não é mais do que liberdade negativa, a proclamação de liberdade política sem implicação de responsabilidade moral. O que se proclama é liberdade de alguma coisa e não liberdade para alguma coisa ou em alguma coisa; e tal liberdade não é a que é somente, a verdadeira liberdade: visão abrangente do todo, sujeição, cativeiro inevitável ao ETERNO.

Uma grande parte da responsabilidade da desmoralização reinante nas relações humanas dos nossos dias, é que o ódio e a vingança têm dominado a política nas relações entre os diversos grupos humanos. A “inimizade” tem sido dominante e progressiva.

“Urbi et Orbi” , palavras que formam um sentido muito particular de dimensão transcendente, que fazem parte tradicional da benção do soberano pontífice da Igreja católica romana, para indicar que esta benção, oferecida em suas enciclicas e pastorais, se estende ao Universo inteiro, num anseio autêntico de edificação e paz. Entretanto, não entremos a examinar tantas das incongruências humanas que historicamente também pululavam e impregnavam a humana vivência no universo da cidade Santa, que contudo enviava suas profundas considerações e preocupações divinas nas mensagens de esperança e fé a todo o ORBI. E como “slogan” Urbi et Orbi tem pleno sentido e apelo in loco e universalmente. Também encontramos “URBI ET ORBI”, usado ligeiramente como clichê de bom marketing, na identificação pública de Agências de viagens, e de um sem número de projetos culturais, pesquisa, ou diversão popular, encontráveis facilmente em breve pesquisa Google, a quem possa interessar-se.

Mas para nós, maçons convictos do poder da fé transformadora, seguidores da inspiração que nos provê o G:.A:.D:.U:. ; URBI ET ORBI, expressa com audácia, valor, arrojo, ousadia intrepidez fundamentalmente amor, a oferecer e a semear consciência e anseio transformador do bem, oferecido a todos os que desejem comungar a santa esperança da fé, do trabalho iluminado e sua transcendência, confiança na melhoria das condições de vida para o aprimoramento do comportamento humano, evidentes clara e principalmente em nosso propósito, testemunho e vida pessoal. “URBI ET ORBI”, por extensão, quer dizer por exemplo publicar, testemunhar, difundir, por toda a parte, Urbi et Orbi, mensagem de paz e edificação para todos, transformação do ego negativo em ego construtivo coletivo. Do eu ao nós, do meu ao nosso ! . . .

Do individual ao coletivo. Tão bem expresso na formosa mensagem do “Sermão da Montanha” acima referida: “Haveis ouvido que foi dito, olho por olho e dente por dente, mas um novo mandamento vos dou, amai-vos uns aos outros” ! . . .

Que tremenda e imensa responsabilidade então recai sobre nossos limitados e modestos ombros, ao perfilharmos para nossa querida Loja Simbólica tão significativo e desafiante nome:”URBI ET ORBI “ !. . .

A visão ampliada do Todo !!!

Não somente o uso adequado da maravilhosa faculdade de ver o imediato do nosso dia, da nossa casa, da nossa rua, dos nossos vizinhos, da nossa cidade, do nosso país, do mundo imediatista que nos rodeia sob o prisma de ego inculto e prevenido, mas o Todo Universal que só a distância, a visão generosa da mente e do espírito conseguem divisar no globo azul a pairar nesse imenso e incrível Universo, templo de realidades dantescas e também transformadoras de transcendência.

Mas estou entretanto profundamente convicto, ser certamente da vontade do G:.A:.D:.U:. que este tremendo e sério desafio seja feito e sobretudo aceite de bom grado por nós em plena consciência, como humildes discípulos obedientes e de fé inabalável, que nos faça aparecer distintos e inconfundíveis ante a mera irracionalidade animal reinante, ante a carência geral da importância e dimensão dessa conscientização moral e ética que nos desafia e rodeia localmente, aqui, em nossa cidade, em nosso país, em nossas instituições públicas e privadas, em muitos lares e lugares, e infelizmente, generalizadamente, no mundo inteiro.

Em cada cidade e no mundo, URBI ET ORBI, crescem e proliferam os aspectos nefastos de uma civilização que se deteriora passo a passo, dia a dia, tendo chegado a um ponto de mutação ainda de incógnita, como prevê Fritjop Kapra, onde sem luz e sem esperança, angustiadamente, clamam por Justiça os desamparados, os desprotegidos, os inconsolados, os carentes, ilúcidos e mal informados ou mal conduzidos, os miseráveis, os com fome, os efetivamente sem terra, os esfarrapados, os manipulados, as vitimas da ignorância crassa, os eternamente incultos e costumeiramente confusos, os incompreensivelmente inconscientes, os pobres de espírito, os dotados de espírito mas discriminados, os atonitamente incompreendidos, os confundidos e deploráveis fofoqueiros e mentirosos, propagadores de ignorância e má fé, os ausentes de fé e convicção, a própria maltratada e sacrificada natureza tão claramente ameaçada de morte irreversível, e com ela a nossa “inteligente e racional” civilização, ansiando todos mitigar apenas sua angústia e perplexidade, à espera constante de sentido para uma vida deprimente, dependente como sempre de caridade samaritana regularmente ausente, vegetativa sempre, cumulativa de angústias, simulacro de vida cheia e plena de esperança corriqueira apenas, mas esperança afinal de que a angústia e ansiedade do dia seguinte seja um pouco menor que a presente, no cego mundo, depressivo, aviltante , de escasso estímulo edificante, vingativo, acusador e fatalista.

Que a voz, a atitude, a consciência, o testemunho, a ação dinâmica da Loja “URBI ET ORBI”, que agora nasce florescente e calidamente nos abriga, imbuída e inspirada do melhor propósito de bem fazer, ao afirmar a fé em postulados transcendentes de superação e realização, vontade de conhecer, pesquisar, estudar para melhor confirmar e testemunhar a crença e a comunhão do espírito, de crer para acertadamente agir, de agir para ser acreditada por seu testemunho e realizações, na lealdade indestrutível de quem tem fé inquebrantável, verdadeira, rumo certo, na vastidão e amplitude do título que ostenta, a afirmar um perfil inconfundível de caráter, sob a égide de uma grande Ordem maçônica que é a GLESP, com a visão da cidade e do mundo em que habitamos, para honra e glória dos ideais que ousamos cultivar, que respeitamos e tanto amamos, para que esta jovem Loja simbólica possa a par da grandeza, do bombástico significado e dimensão do seu nome, com imparcial sentido de justiça, probidade e testemunho, sem deixar jamais de ponderar o bem comum, o respeito essencial e vital entre seus componentes, a fraternidade e o amor, ressaltando e cultivando impreterivelmente o conjunto dos valores que promovem a dignidade, a coerência proba, com a propriedade, elevação, modéstia, dotes, dons, méritos, carência ou potencialidade de seus membros, de suas reais condições humanas; materiais, intelectuais, morais e éticas, para se tornarem vocacionados “semeadores” de fé, caridade, esperança, verdadeiros “pescadores de homens” na expressão bíblica, capacitados a semear e estender o bem, a bondade, a fraternidade e o amor sem fronteiras, dispostos a combater o “bom combate”, com inteligência sem perder jamais a noção transparente da beleza e da verdade, para que no bulício e desafios da “URBI ET ORBI” possam demonstrar com exemplo cristalino, feérico e regular, verdadeira identificação e constância, afirmando a nossa crença numa transcendência e destino cósmico espiritual de perfeição e bondade eternas, ditada e exigida pelo G:.A:.D:.U:. na fraternidade indestrutível do Espírito Santo.

“Para que todos sejam um”. “João 17:21”









Erasmo Figueira Chaves

Past Msster da ARLS "Luz de Luxor", No. 531 / GLESP
Membro Fundador da ARLS “Universirária Urbi ET Orbi", No. 657 / GLESP
Past Presidente da Academia Paulistana Maçônica de Letras
Presidente da AMIL “Academia Maçônica Internacional de Letras”

domingo, 24 de janeiro de 2010

A IDÉIA DE IGUALDADE







A sutileza do pensamento consiste
em descobrir a semelhança das
coisas diferentes e a diferença
das coisas semelhantes.
Montesquieu


e. figueiredo (*)




É tido que a maioria das pessoas tem intuições igualitárias. Mas é no Maçom que encontramos essa percepção clara mais arraigada, porque na Maçonaria a Igualdade é cultivada, vez que, todos são iguais perante o Grande Arquiteto do Universo.
Provavelmente, o lema emancipador e regenerador que identifica a Sublime Ordem (Liberdade, Igualdade, Fraternidade), reforce a tendência.

Estarrece-nos, sobremaneira, como algo errado ou não incontestavelmente correto, o fato de presenciarmos pessoas com pouco enquanto outros desperdiçam. Não deixa de ser desconfortável ver alguém nas condições inferiores à nossa, quando poderia estar igual ou até melhor. A idéia de Igualdade dos homens assenta em que todos eles são entes humanos, portanto, em semelhanças indiscutíveis.

Tal conceito consta no vigésimo segundo Landmark, quando cita que “todos os Maçons são absolutamente iguais...”, baseado no fato da Igualdade de todos os seres. Entre os Maçons não se utiliza do tratamento de professor, doutor, comendador, desembargador ou qualquer outro título em suas apresentações. Quem assim age, está contrariando os princípios da Ordem.

Não é por acaso que as três palavras do trinômio Maçônico caminham juntas, apesar de ser inteiramente falso que esse trinômio seja de origem Maçônica. Não se sabe ao certo quanto ao aparecimento da trilogia, mas é creditada ao Antoine-François Mamoro (1756-1794), um dos principais editores de imprensa do período da Revolução Francesa, que teria criada em 1791, e fez escrever nos edifícios públicos. O brado, nesse fato, evidencia a situação pela qual a França passava naquela época. O clamor ainda se faz necessário, em termos universais, pois Liberdade, Igualdade e Fraternidade são mais necessários do que nunca, na medida em que o irracionalismo, a religião fundamentalista, o obscurantismo e a barbárie estão cada vez mais avançando sobre nós.

A Revolução Francesa introduziu na mente das pessoas o conceito de racionalismo, desde o sistema métrico, mais exato que as medidas vigentes, em pés, polegadas, etc., à idéia da Liberdade e Igualdade, dosada com Fraternidade, porque Igualdade não existe, ou seu simulacro, se não formos fraternos.

A Revolução não foi feita ou liderada por um partido ou movimento organizado, no sentido moderno de conflitos bélicos. O que houve foi um surpreendente consenso de idéias gerais entre um grupo social muito coerente, que deu ao movimento revolucionário uma unidade efetiva.

Dentre essas idéias as intuições igualitárias prevaleciam e eram difundidas pela Maçonaria e associações informais, o que nos permite considerar que os filósofos foram, em parte, responsáveis pela Revolução. Certamente, a Revolução Francesa teria ocorrido sem eles, mas os filósofos constituíram a diferença entre um simples colapso de um velho regime e a sua substituição rápida e efetiva por um novo.

Em sua forma geral, a ideologia de 1789 era a Maçônica, expressa com tão sublime inocência na Flauta Mágica, de Wolfgang Mozart (1791), que teve um papel apologético junto à sociedade. Especificamente, as exigências foram delineadas na famosa Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, proclamada em 26 de Agosto de 1789, cujo documento é um manifesto a favor de uma sociedade hierárquica de privilégios nobres, e não um manifesto a favor de uma sociedade democrática e igualitária, como era desejável. “Os homens nascem e vivem livres iguais perante as leis”, dizia seu primeiro artigo, mas a Declaração também prevê a existência de distinções sociais, ainda que “as distinções sociais não podem ser fundamentadas senão sobre a utilidade comum”.

Era o oposto do mundo do Antigo Regime, baseado na desigualdade social, no Absolutismo de direito divino e nas restrições econômicas do Mercantilismo. A Revolução Francesa é um fato histórico, para sempre registrado na História, irreversível e imutável, entretanto, seu entendimento ainda gera polêmicas.

A IGUALDADE, consagrada pela instituição Maçônica como um dos seus pontos diretivos capitais, ao lado da LIBERDADE e FRATERNIDADE, constitui princípio de ordem compreensivo de múltiplos significados.

No lema da Maçonaria, IGUALDADE é a mais importante entre as três palavras, contudo, não deixa também de colidir com as outras duas, LIBERDADE e FRATERNIDADE. Isto é, juntos ou separados representam os mais importantes ideais da Humanidade, e que não à-toa foram abraçados pela Maçonaria.

Independentemente, do espectro ideológico, a IGUALDADE pode ser reconciliada com a LIBERDADE, que somadas resultam a FRATERNIDADE, que flui naturalmente.

A todos (principalmente aos Maçons !) deve ser restaurado o valor de Igualdade e acomodá-lo à responsabilidade pessoal, sem fugir dos outros dois ideais. Se negligenciarmos a Liberdade e a Fraternidade (que têm significado iniciático), a Igualdade (que contém uma idéia de equilíbrio) acabará não tendo razão de ser. A importância da Igualdade está estribada na Liberdade, que induz à Fraternidade naqueles que possuem o discernimento das contradições que acontecem com a Humanidade.

Os três princípios, apoiando-se mutuamente, são solidários entre si. Sem a coexistência deles o edifício social ficaria incompleto, pois a Fraternidade praticada em sua pureza requer a Liberdade e a Igualdade, sem as quais não será perfeita. Com a Fraternidade, o homem saberá regular o livre arbítrio, enquanto que sem ela a Liberdade deixará as rédeas soltas às más paixões, que desenfrearão, porque o homem só se educa para a Liberdade na medida em que aprende a construí-la. A Igualdade sem Fraternidade levaria às mesmas conseqüências, porque a Igualdade exige Liberdade para poder existir em sua plena consecução.

Em outras palavras, os princípios da Liberdade e de Justiça (denominação que muitos acham mais correta para Igualdade) só podem ser conciliados se houver, antes, um princípio de Fraternidade patente. Entretanto, é utópico esperar que a Humanidade um dia seja diferente. Porém, nada impede que os Maçons, lutem para que tal objetivo seja alcançado. Nesse contexto, pode-se compreender o vínculo do amor fraterno e da confiança mútua, entre os que já se consideram iguais, que a Maçonaria procura estabelecer junto aos seus membros, para que estes absorvam o real sentido da “Obra Maçônica”.

Qual Igualdade procuramos ? Procuramos a Igualdade de previdência social e a Igualdade de oportunidade. A primeira, entendemos como o prazer e a satisfação. Todavia, uma igual satisfação dificilmente pode ser considerada a Igualdade que se quer atingir, se ela puser os caros desejos de alguns no mesmo nível das modestas reivindicações de outros. Oportunidade seria como o próprio nome diz, ou, aquela eqüidade que tem como pressuposto o respeito à Liberdade alheia.

A interpretação de Igualdade, dada pelo comunismo primitivo, está descartada, porque, além de não ter sido a Igualdade sonhada, frustrou o princípio de Liberdade. George Orwell foi muito feliz em seu livro, Revolução dos Bichos, quando retrata, em meio à estória, uma das personagens citando que “todos são iguais, mas alguns são mais iguais do que os outros...”, fazendo uma analogia ao regime da época da então União Soviética, que pregava a Igualdade em seu país. No conceito de Orwell, tal Igualdade não passaria por um teste de cobiça, cujo resultado acabaria com os desejos pelo patrimônio alheio. Os recursos teriam seu custo avaliado em termos de oportunidade social: o valor de um patrimônio dependeria do valor que tiver para os demais.

Pregar a Igualdade, defender a eqüidade com fundamento moral, só tem direito de fazê-lo àqueles que praticam a Liberdade, sendo falsa e dúbia toda e qualquer pregação que se faz dela se é negada aos outros. Entende-se, pois, que nada é mais hipócrita do que a defesa dos princípios com Liberdade, Igualdade e Fraternidade, apregoados pelos estadistas que não os praticam, e o que é pior, os negam ! São os que estão fantasiados de libertários, que são na verdade liberticidas. Liberticidas são aqueles que não admitem o valor da Liberdade e, como a desprezam, contribuem para destruí-la.

Os homens nascem diferentes, mas com direitos iguais de oportunidade e de justiça. Paralelamente, a Maçonaria reconhece que todos os homens nascem iguais e as únicas distinções que admite são o mérito, o talento, a sabedoria, a virtude e o trabalho. A Igualdade, que expulsa a discriminação, é o pilar indestrutível da divisa histórica, que é o trinômio da Maçonaria, que tem, em seu Obreiro, um libertário por excelência, pois ele prega, pratica e cultua a Liberdade, que, juntamente com a Igualdade, proporciona a Fraternidade, que tem um sentido mais específico que solidariedade, entendendo como um relacionamento mais amplo entre os homens.

O espírito da Maçonaria é, essencialmente o espírito de Liberdade e da Fraternidade, o espírito de libertação mental, o espírito do progresso e da solidariedade. Com esses espíritos, a Sublime Ordem sempre preconizou as reformas que conduzem ao triunfo de um dos seus princípios fundamentais, que é o princípio da Igualdade, cuja preocupação conduz o Maçom ao ideal de Igualdade de recursos, que por sua vez está associado a legitimidade política. Os Maçons, entre si, tratam-se por “Irmãos”, e, tratar alguém de “Irmão” é tratar de igual para igual, é querer para ele o mesmo que para si. Mas é necessário que o tratamento de “Irmão” saia do coração e seja real...

Um regime que não demonstra igual preocupação em relação a todos os cidadãos é para a Maçonaria uma tirania. Não existe a possibilidade de recursos iguais serem impostos por um ditador, mesmo que ele seja benevolente. Muitos países cantam a Igualdade e a Liberdade nos hinos patrióticos, e, são celebrados nas palavras dos humanistas e consagradas nas constituições, todavia, demoram a realizar-se na prática, preservando tão somente como um valor eminentemente retórico. A Liberdade, que a Sublime Ordem se declara, é a de consciência, que considera “a chave da abóbada do comportamento Maçônico”, que está profundamente apegado a um conceito de ação progressiva; e, isso assegura um caráter de instituição sensível à evolução social e à defesa dos valores morais explícitos.

Seria necessária u’a nova revolução nas atitudes e motivações individuais para alcançarmos a Igualdade ? Não se quer uma Igualdade formal, perante a lei. Como posicionamento constitucional, todos os países democráticos a tem. Não bastam as leis ! O que se pensa é na Igualdade que a consciência moral impõe diante das desigualdades do mundo. E, antes de tudo, é em nosso interior que devemos travar a luta para procurar uma solução para a relação entre igual e diferente. Se as pessoas, principalmente os Maçons, rejeitarem o princípio de Igualdade, sua sociedade nunca será justa e muito menos perfeita...


Bibliografia:

A Revolução Francesa – Edição Istoé/Senhor
Cocuzza, Felippe, - A Maçonaria na Evolução da Humanidade
Grainha, Manuel Borges – História da Franco Maçonaria em Portugal
Hosbawm, Eric J. – A Era das Revoluções
Mellor, Alec – Dicionário da Franco-Maçonaria e dos Franco-Maçons
Nogueira, Octaciano – Libertários e Liberticidas (crônica)
Orwell, George – A Revolução dos Bichos,
Scantimburgo, João de – O Brasil e a Revolução Francesa
Seminário de Mestres Maçons -1980 – Ponta Grossa pr




(*) E. Figueiredo - é jornalista - Mtb 34 947 e pertence ao
CERAT - Clube Epistolar Real Arco do Templo /
Integra o GEIA – Grupo de Estudos Iniciáticos Athenas /
Membro da Confraternidade Mesa 22, e é
Obreiro da ARLS Verdadeiros Irmãos– 669 (GLESP)


“Oh ! Quam bonum est et quam jucundum, habitare fratres in unum !”